30 mar 2009

'Sefarditas de Rondonia'


Vidas Marranas:Compósito subterfúgio de observação do mundo.Hasbará,Recordações e Narrativas do que fez-se em esquecimento.Alguma verdade ainda existe em porões do silêncio,câmaras soturnas nos quais não passou a Grande História.

"Recorda os dias do passado,lembra-os de geração em geração".Devarim

Resta aqui congratular a exposição organizada por parte de nosso pequeno ishuv de Rondônia. Muitos dos sefarditas de origens amazônicas de certa forma sentirão se com as raízes lembradas em uma exposição que trata dos mais 100 anos dos judeus na região do Vale do Rio Guaporé, Mamoré e Madeira. È um passo para pensarmos que Rondônia é apenas uma parte da extensão amazônica na qual a imigração sefardita-mizrahi deu-se de modo intenso a partir do final do séc XVIII, logo que Pombal pos fim a diferenciação entre cristãos velhos e cristãos novos.

Como pesquisador tenho feito estudos sobre a região e a presença de nossos ancestrais por toda a Amazônia, presença esta ainda em muito desconhecida por grande parte da comunidade brasileira e não diferentemente quase soando como exótico a muitos dos grandes centros judaicos do pais,a existência de judeus hoje e no passado por esta região , bem como talvez ainda mais exótica a existência de judeus muitos com sobrenomes em muito distintos dos de origem askenazi e um tanto ‘abrasileirados’ .Esta iniciativa se trata de um resgate cultural enriquecedor , porque protagoniza uma presença judaica que se torna gradualmente mais notória a medida que descobrem-se mais sobre os "hebraicos' da Amazônia, tal tempos atrás já documentara o jornalista Henrique Veltmann e a equipe de filmagem do documentário Eretz Amazônia . Por assim também vemos que ainda que a mercê de um intenso processo de miscigenação até cultural ,sobreviveu ora uma comunidade oficial judaica que segue e mantém as tradições e, cabendo não silenciamo-nos também a outro contingente além da mesma comunidade oficial, que é a de um representativo números de descendentes destes judeus que migraram para a vasta região e perfazem mais um rico capitulo da historia cultural de nosso pais e suas raízes judaicas.



Texto:
(A COMUNIDADE HEBRAICA NA REGIÃO DOS VALES DO MADEIRA, MAMORÉ E GUAPORÉ)

Este trabalho teve a proposta de ampliar os registros e estudos sobre o povo judeu nos vales dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé,principalmente junto as pesquisas pioneiras efetuadas pelo jornalista Weltmann sobre a existência numerosa de descendentes dos imigrantes judeus marroquinos em toda a região do Amazonas. As fontes utilizadas foram os documentos pertencentes ao acervo do Centro de Documentação Histórica do Tribunal de Justiça do estado de Rondônia: processos judiciais, livros cartoriais de Imóveis e Registro Civil que registram a movimentação das pessoas pelas vilas ao longo do trecho ligado pela Vila de Porto Velho, ponto de partida da Estrada de Ferro Madeira Mamoré a Guajará-Mirim, ponto final da ferrovia que se estendia por rios e florestas. A periodização é dada pela instalação da Comarca de Santo Antonio do Rio Madeira no ano de 1912, em face da documentação produzida a partir de então dentro da esfera do judiciário e que foram as principais fontes para a pesquisa.

O registro pessoal proporcionado pela ficha de mapeamento, onde os descendentes narram a história das suas famílias foi fonte importante, contribuindo para a observação das trajetórias pessoais dos judeus na região, e proporcionou a percepção das relações familiares e principalmente a observação do momento de rompimento que o título desse trabalho propõe, a quebra da tradição religiosa. A narrativa de Mirian, filha de um judeu casado com uma mulher, identificada como não judia que era filha de bolivianos, nascida na Bolívia, traz de forma clara essa observação. O pai de Mirian até morrer guardou os costumes religiosos. Os filhos possuem nomes típicos, Abrão, Myrian e Muny, mas somente ele praticou nas datas próprias do judaísmo a sua fé. Para os filhos o dia do Yom Kippur, era um dia em que ninguém podia falar com o pai e que ele comia um pão que vinha de São Paulo.

A presença hebraica na região tem sido estudada e foi registrada com maestria por Samuel Benchimol em diversos trabalhos, no entanto procuraremos aqui, alargar e ampliar as observações já existentes quanto a presença dos judeus nas cidades de Porto Velho até Guajará-Mirim, observando as atividades exercidas e o movimento do grupo, registrando a importante presença desses imigrantes.

Em trabalho sobre as identidades judaicas no Brasil organizado por Bila Sorj falando sobre os Judeus na Amazônia, Eva Alterman Blay registra a história de vida do judeu Isaac, que aos 21 anos no ano de 1909, vivia nos seringais perto da Bolívia junto ao Rio Abunã e que trazia seus filhos para o brith-milah (circuncisão) em Porto Velho onde existia uma comunidade hebraica composta de trabalhadores dos seringais e da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.

Conforme Samuel Benchimol em estudo sobre os judeus na Amazônia, as cerimônias religiosas eram realizadas em Belém onde havia um rabino (Benchimol, 1999), no entanto, Eva Blay nos informa sobre a realização da circuncisão na Vila de Porto Velho por volta de 1909. O mais provável é que fosse na localidade de Santo Antonio do Rio Madeira, vez que no ano de 1909 em Porto Velho existia apenas o barracão da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, sendo que todo o centro político, econômico e social estava em Santo Antonio e nas localidades até Guajará-Mirim.

Apesar de não termos registros, os documentos estudados deixam perceber que eles não chegaram a uma organização completa vez que seus mortos foram enterrados em cemitérios não judeus conforme os registros encontrados de Isaac Benchimol (Cemitério da Candelária por volta de 1910) e no cemitério da localidade de Abunã encontra-se enterrado Isaac Essabá (1913) (Benchimol.1999).

Inscrições em túmulos no Cemitério dos Inocentes em Porto Velho, onde estão Salomão David Quirub, nascido em 07 de março de 1891 e falecido em 06 de março de 1942; Isaac Benchimol falecido em 21 de julho de 1927, onde consta “(...) homenagem de sua esposa, filhos e HEBRAICOS de Porto Velho”; Marcos Benchimol falecido em 25 de março de 1938; Lazaro Bohabot “(...) filho de Jayme Bohabot”, falecido em 10 de novembro de 1922, são alguns dos nomes que registram a variedade de nomes de família e a presença marcante na região. Os registros de morte como da Senhora Reina Buzaglo falecida em Santo Antonio do Rio Madeira em 1913, cujo inventário registra bens. Os autos de inventário deixam transparecer a importância da família.

Isaac Benchimol é enterrado em 1910 na Candelária (Benchimol, 1999) e em 1923 no cemitério dos Inocentes consta outro sepultamento com pessoa do mesmo nome. Embora os nomes sejam os mesmos não se trata da mesma pessoa. É comum a confusão feita pela repetição dos nomes entre os judeus. Essa confusão também ocorre quando se trata dos sírios e libaneses. A variedade dos nomes adotados por eles não é muito grande e era costume ficar repetindo o nome nos descendentes, assim como a utilização de nomes brasileiros, procurando a aproximação sonora com seus nomes originais.

Quando da observação da documentação existente no Centro de Documentação Histórica do Poder Judiciário, onde estão anotadas as transações comerciais e as atividades dos habitantes locais, percebemos a grande concentração dos nomes que podem ser identificados como hebraicos na localidade de Santo Antonio, mesmo porque nos primeiros anos do século XX a localidade de Porto Velho pertencia a Ferrovia. Santo Antonio do Rio Madeira é que apresentava uma sociedade organizada.

Conforme anotação os judeus na região precederam aos árabes (Benchimol, 1999), outro grupo migratório notável. Jeffrey Lesser em seu livro -A Negociação da Identidade Nacional, que trata da minoria de migrantes e da luta pela etnicidade no Brasil observa:

A surpresa dos brasileiros ante a crescente população originária do oriente Médio transformou-se em choque, quando ficou claro que o primeiro grupo numeroso de imigrantes árabes a vir para o Brasil não era muçulmano nem cristão. De fato, a comunidade norte-africana que começou a se estabelecer na foz do Amazonas, nas primeiras décadas do século XIX, era exclusivamente judia.

Os judeus instalados em Santo Antonio do Rio Madeira, assim como os de Manaus, mantinham as mesmas características e comportamento, sendo certo que a maioria era procedente de Marrocos e exerciam atividades comerciais. Sendo claro também que os judeus que desde o começo do século XIX começaram a se estabelecer ao longo dos rios formavam uma rede de Belém até onde foi possível chegar.

Quando da instalação das atividades judiciárias a documentação nos permite observar os registros de imóveis e transações comerciais datados a partir de 1912, efetuados no cartório da localidade. Neles encontramos um numero grande de famílias hebraicas instaladas na comunidade, exercendo o comércio por meio de uma rede idêntica a dos árabes que ocorreu logo a seguir, mantida através de Belém, Manaus, Porto Velho, Santo Antonio do Rio Madeira, Fortaleza do Abunã, Presidente Marques, Generoso Ponce, chegando até Guajará-Mirim.

A identificação é feita através dos sobrenomes de família. Samuel Benchimol, relaciona os nomes de famílias que adentraram a Amazônia, muitos desses nomes são encontrados exercendo atividades comerciais na localidade de Santo Antonio do Rio Madeira, sendo perceptível que não eram apenas viajantes. Os nomes dos homens aparecem os nomes das esposas assinando em atas de casamentos, em transações comerciais, observando que as mulheres não eram analfabetas e tinham uma participação mais ativa na vida e nos negócios dos maridos que as brasileiras ou outras estrangeiras. Grande número de nomes é encontrado nos documentos de compra e venda de imóveis, nas transações comerciais, nos casamentos e informações sobre falecimento proporcionado pelos inventários.

No caso dos judeus que habitavam a região de Santo Antonio do Rio Madeira, muitos deles são identificáveis através da ata de casamento onde encontramos o nome dos pais dos noivos oriundos do Marrocos e onde é registrado o casamento religioso já realizado de acordo com as tradições hebraicas. Possivelmente essa cerimônia tivesse sido realizada em Belém, onde havia uma sinagoga e um rabino, sendo o casamento civil realizado após, em Santo Antonio onde residiam as famílias.

A característica comum entre eles é a procedência. Oriundos de Tanger no Marrocos refaziam na Amazônia a continuidade das suas tradições, casando-se com os iguais, assim como anotou Benchimol em seu estudo “AMAZÕNIA - Formação Social e Cultural”.

A premissa de que para se criar uma sinagoga são necessários dez judeus (homens) com certeza poderia ser aplicada em Santo Antonio do Rio Madeira no começo do século. Relacionamos aqui nomes de família, alguns já registrados por Benchimol e que aparecem nos documentos de Santo Antonio do Rio Madeira entre os anos de 1912 e 1930, residindo ou comercializando temporariamente.

Israel, Azulay, Nabeth, Reich, Guitart, Chermont, Larramaga, Meyer, Bensabaht, Essabá, Serfaty, Benarech, Eshrique, Benchimol, Benchitrit, Buzaglo, Cerreuya ou Serruja, Malaquias, Marache, Nabeth, Guitart, Chermont, Reich, Benayon, Chacon, Dantas, Bastos, França, Castillo, Sotello, Barbiery, Drervell, Norton , Gusman,...Observamos nomes como Siqueira, Penha, Pessoa, Barchilon, Paiva, Barreto, qualificados como portugueses e que são encontrados nas mesmas listas onde se encontram os judeus estabelecendo casamentos e relações comerciais.

Eles mantinham relações comerciais com os árabes em pequena escala, observando-se um relacionamento mais estreito com os portugueses. Percebe-se pela relação dos nomes nas cerimônias de casamento e as testemunhas arroladas nas questões judiciais e nas transações imobiliárias que as duas nacionalidades se serviam uma da outra, havendo troca nas relações.

Cabe aqui uma observação sobre o assunto “cristãos novos”. Ser judeu não é uma situação externa e sim uma condição interna e sabemos que muitos judeus durante todo o processo de perseguição que sofreram foram obrigados a mudarem de nome. Relações de negócios e casamentos de membros das comunidades hebraica e portuguesa são freqüentes, induzindo-nos a crer que seriam os portugueses cristãos novos, mas isso os documentos não nos respondem.

Quando do trabalho de campo anotamos que no caso da colaboradora Mirian Magosso, seu pai contraiu núpcias com uma mulher de origem boliviana e que a cerimônia foi realizada no Pará. Essa mulher era viúva de um outro judeu da família Azulay. Nos parecendo que esses casamentos no período passavam por um processo de triagem. Todos eram realizados no Pará onde existia uma sinagoga.

Aqui nos reportamos ao que não é dito, ao que está por de trás das falas, nos silêncios. Conforme dados os judeus começaram a migrar para a região de Belém desde 1810, foram mais de 100 anos de transformações e de migração. Benchimol fala dos filhos de judeus ao longo dos rios e aqui enxergo parte dos portugueses de Santo Antonio como cristãos novos. Conforme estudos sobre as mulheres judias (polacas), contrabandeadas e vendidas no Brasil para exploração sexual (Benchimol, 1999) (Kushnir, 1996), observamos casos de mulheres com nome hebraico, procedentes do Marrocos vivendo em Porto Velho com homens de outras nacionalidades, qualificadas de forma pejorativa e envolvidas em processos criminais.

Um exemplo pode ser encontrado no processo onde o português Manoel de Oliveira Campos e sua “concubina” Mercedes Sol Sabbat, marroquina (judia) ele com 26 ela com 25 anos de idade são acusados por brigas na residência de funcionário da Madeira Mamoré Railway Company, na vila de Porto Velho.

A evidência oferecida pela documentação das atividades dessa comunidade na região é bastante ampla e diversificada. Encontramos registros com nomes hebraicos como o caso de Ida Bentes Azulay sem muitas qualificações; consta que ela vivia com Orlando Pereira da Costa com quem teve dois filhos que não receberam o nome Azulay em seus registros de nascimento, constando apenas o nome do pai. Ida era doméstica e Orlando carregador de Malas, e pelo nome de família acreditamos que fosse Ida uma judia, mas Orlando não nos dá essa pista,mas possivel que fosse. Apesar da premissa de que a condição de judeu seja transmitida pelo ventre materno, o documento não nos propicia esse entendimento, assim como a condição paterna, como o caso de Miriam, não foi suficiente para manter a continuidade cultural a medida que observa-se tambem laços de permanencia a uma oficialidade foram muitas vezes mantidos por uma não matrilineariedade judaica tal como pela Halaká e sim apenas pela origem judaica paterna

Com relação às atividades comerciais, essa presença também é notável. Francisco da Cunha Bembom, Elias Leão Buzaglo, e Jacob Essabá, que também traduzia documentos do espanhol para o português, tinham firmas estabelecidas em Manaus.

Abrão Levy, comerciante representante da Firma B. Levy. Moises Serfaty era comerciante em Porto Velho, Saleb Merheb, que foi comerciante na povoação de Generoso Ponce, cujo inventário tramitou em 1923. O montante da herança que foi de cinco contos e dezoito mil e novecentos réis foram adjudicados pela viúva Rosa Morheb e pelos filhos José Saleh Morheb de 11 anos, Genoveva Saleh Morheb de 07 anos e Josephina Saleh Morheb de cinco anos. Salomão Rengito era comerciante em Santo Antonio do Rio Madeira em 1926.

As firmas estabelecidas apresentam os nomes: Dinard Benayon e Companhia tendo como sócio Moyses José Bensabath; foi liquidada em 1916. Castillo & Companhia, Beynayon & Companhia, B. Levy e Companhia, N. Ariola e Companhia que nos induzem a afirmar pertenciam aos judeus em razão da forma de comercializar, sempre dentro de uma organização oportunizada pela rede partindo de Belém para Manaus e até Guajará-Mirim.

Muitos deles tinham firma estabelecida em Manaus e mantinham negócios em Santo Antonio, assim como nas demais localidades ao longo da ferrovia até Guajará-Mirim, sendo administrada por algum parente.

É certo e deve ser registrada a importância desses imigrantes na localidade que além das atividades comerciais exerciam os cargos públicos relevantes na sociedade de Santo Antonio. O nome Chacon do primeiro juiz da Comarca (1912-1914) de Santo Antonio figura na lista das famílias hebraicas da Amazônia, assim como Moyses José Bensabaht, comerciante e juiz suplente (1913 –1916) e José Penha, que era juiz adjunto do Distrito Judiciário do Estado do Amazonas.

Apesar de não termos registros nesta coleção de documentos anteriores ao ano de 1912 da localidade, certo é que essas famílias já se encontravam instaladas ali desde antes de 1900, provavelmente desde o início do período da exploração da borracha. Possivelmente desde o período em que foram abertos para navegação o Rio Amazonas e seus afluentes (1866) e que os judeus pioneiros que já se encontravam no Pará adentraram e se expandiram ao longo dos rios, das vilas, dos povoados e seringais da hinterlândia.

Benchimol anota que de 1810 a 1910 mais de mil famílias de imigrantes judeus, tanto sefarditas-marroquinas como de outros grupos culturais judeus da Europa e do Oriente Médio, vieram fazer a Amazônia, trazidos por motivos econômicos, sociais, religiosos e educacionais em busca da ERETZ AMAZÔNIA - A NOVA TERRA DA PROMISSÃO.

Com a queda da borracha esses nomes desaparecem, permanecendo poucos vestígios dessa presença tão marcante. Conforme ainda registra Benchimol, a maior parte estabeleceu-se em Manaus e Belém, estando registrados apenas a família Benesby e David Israel em Guajará Mirim. A família Querub em Porto Velho, Benchimol em Fortaleza do Abunã e Moses Bensabá em Santo Antonio do Rio Madeira.

Os nomes de família são como uma bandeira, significam tradição de famílias importantes da região. Nomes que já figuraram e figuram nas listas dos deputados, prefeitos, médicos, comerciantes, advogados, enfim, pessoas de destaque da sociedade. Muitos nem mesmo tem muita consciência, desconhecem os significados de ser um neto de judeu em face da identidade perdida.

As famílias, Benesby e Israel são citadas no trabalho de Samuel Benchimol como sendo os únicos remanescentes dos judeus na região do Guaporé. Ao que se observa pelas pesquisas desenvolvidas, a família Benesby permanece tanto em Guajará-Mirim como em Porto Velho mantendo as tradições culturais, no entanto a família Israel conforme se observa da fala da Mirian perdeu a identidade cultural. Com a morte de David Israel, tendo em vista seus filhos serem de ventre de mãe não judia, os filhos não se consideram judeus. Lembram o nome de família, um parente antigo que cultuava o Iom kipurr, e já se reconhecem como católicos.

Mesmo ficando a dúvida com relação à origem de Sara, face aos seus casamentos com dois judeus, ao fato de seu nome ser comum entre os mesmos, ela também poderia ser filha de pai judeu, que colocou-lhe um nome do seu gosto, mas a mãe não judia transmitiu-lhe a condição de também não ser judia. Seu filho do primeiro casamento que traz o nome Azulay, de origem judia pelo pai, não é judeu, condição que o ventre materno não lhe concedeu. Pelas informações de Miriam, ele é reconhecido socialmente como judeu, porém não participou das reuniões, das cerimônias religiosas com a família Benesby em Guajará-Mirim a exemplo de David Israel, seu padrasto.


A Historia a partir de estorias pessoais

Como exemplo utilizamos a história de Miriam que serve para percebermos como podem ter ocorrido as relações entre os imigrantes hebraicos para as regiões mais isoladas da Amazônia. A história de Miriam pode não ser só dela, pode ser de tantos outros filhos e netos de judeus que foram perdendo a identidade.

Mirian Israel Magosso, filha de David Miguel Israel, conta a história do seu pai e seus avós na Amazônia. Sua narrativa nos permite leituras de tantas outras famílias judias que vieram fazer a América ou fugindo das guerras. Suas lembranças são imagens que lhe deram. Sabe que seu pai era judeu, que praticava os rituais hebraicos em Guajará-Mirim com a família Benesby, mas isso na sua vida ficou apenas como imagens do dia que seu pai passava comendo o pão diferente e sem falar com ninguém. Ela informa que o pão para o jejum vinha de São Paulo. Sua mãe se chamava Sara, natural de Trinidad-Bolívia e segundo Mirim era católica, apesar de ter sido casada em primeiras núpcias com o judeu Isaac Azulay com quem tivera o filho Abrão Azulay. Em segundas núpcias uniu-se em Belém do Pará com David Miguel Israel tendo nascido dessa união Mirian e Muny. Mirim informa que seu pai praticou a religião, comemorando o Kippur até morrer, mas os filhos nunca praticaram, se reconhecem como católicos.


Durante as entrevistas com Miriam, questionando sobre o nome da sua mãe Sara Montanho, nome tipicamente hebraico e o fato de ter a mesma se casado, tanto nas primeiras núpcias da qual ficou viúva como na segunda com homens judeus. Ainda mais o fato de terem sido os casamentos realizados na cidade de Belém local de congraçamento dos judeus pela existência de sinagoga, a mesma não sabe se esses fatos guardam alguma relação com a origem da família de sua mãe.

Pedimos a Mirian que narrasse o que sabia da história de sua família. Ela sabia que estávamos querendo saber sobre o povo judeu na região e começa assim a descrever o que teve conhecimento:

Passarei agora a contar a História de David Miguel Israel. Chegou no Brasil, no Estado do Amazonas um casal de imigrantes com o nome de Jacob D' Israel e Rica D' Israel isso aconteceu mais ou menos no ano de 1897. Vieram para aqui fugindo das guerras, mas nesse intervalo de tempo minha avó Rica D'Israel engravidou, dando à luz a meu pai David Miguel Israel. Ele nasceu em Borba, Estado do Amazonas aos 14 dias do mês de setembro de 1900 e foi registrado no cartório desse município. Pouco tempo depois surgiu um surto de malária na época era a febre amarela muito grande no Amazonas. Temendo morrer desta moléstia embarcaram novamente para Montreal na França. Alguns anos depois os avós entregaram esse filho David Miguel Israel para um colégio interno, que só saiu dali quando completou 18 anos, já bem educado falando vários idiomas. O próprio colégio o mandou para o Brasil para o alistamento Militar, devido sua certidão de nascimento ser de Borba-Amazonas. Chegou entao um rapaz de 18 anos, serviu o exército e depois nunca mais voltou para a França. Sua atividade era mascatear pelos rios, marretava muito comprando e vendendo produtos e tornou-se comerciante em Manaus. Tinha um comércio de confecções, foi aí que ouviu falar em Guajará-Mirim, havia explodido aqui a borracha, a compra de peles, a poalha, e foi aí que ele veio para cá e começou a comprar peles, poalha, borracha e mandar para exportação. Conheceu nessa época minha mãe Sara Montanho e teve duas filhas Muny Israel Barbosa e Mirian Israel Magosso. Meu pai morreu no dia 27 de abril de 1985, com 85 anos de idade aqui em Guajará-Mirim.

O relato de Mirian, obtido através de uma ficha de mapeamento nos apresenta a história de uma família das tantas que vieram para a região e que exerceram atividades comerciais. Ela fala do seu pai, que nasceu em 1909, portanto esse tempo ao qual ela está se referindo é um tempo recente, mas que nos oferece descortinar como se processam as transformações.

Sara Montanho poderia ter tido uma história parecida com a de Mirian, talvez seus pais tenham passado pelo mesmo processo de estrangulamento cultural, o que fez com que ela perdesse a identidade. Muitas mulheres podem ter passado por processos idênticos.

Para concluir vale lembrar as observações de Benchimol em capítulo sobre a demografia judaica (Valer, 1999), onde ele aborda a questão dos filhos de judeus espalhados pelas barrancas de rios, dos tempos em que os judeus viajavam com seus regatões, antes dos árabes, ocorrendo o desaparecimento para o judaísmo de um grande número de famílias judaicas no interior amazônico. O ser, viver, ficar e sobrevier judeu não se tornou possível, e assim como o pai de Mirian que foi o último da família a comemorar o Yom Kipur, tantos outros esqueceram do dia de pedir perdão e acabaram incorporados e integrados à população amazônica.

Fontes Primárias

Centro de Documentação Histórica do Tribunal de Justiça de Rondônia
Centro de Documentação Histórica do Estado de Rondônia
Jornais Alto Madeira décadas de 10 a 40

Bibliografia
Nilza Menezes
Centro de Documentação Histórica do TJ/RO
cendoc@tj.ro.gov.br

ANTONACCIO, Gaitano. A Colônia Árabe No Amazonas. Manaus, 1996.
BENCHIMOL. Samuel. Amazônia, Formação Social eCultural. Valer, Manaus,1999.
BLAY, Eva Alterman. Judeus na Amazônia. In Identidades Judaicas no Brasil Contemporâneo. (org) Bila Sorj) Imago, Rio de Janeiro,1997.
FAUSTO, Boris (org) Fazer a América. Edusp, São Paulo, 2000.
HARDMANN, Francisco Foot. Trem Fantasma-A Modernidade Na Selva. Companhia das Letras, São Paulo,1988.
KUSHNIR, Beatriz. Baile das Mascaras. Imago, Rio de Janeiro, 1996.
MAIA, Álvaro. Gente dos Seringais. Rio de Janeiro, 1956.
MONTENEGRO, Antonio Torres. História Oral e Memória. Contexto, São Paulo, 1994.
OLIVEIRA, Lucia Luppi. O Brasil dos Imigrantes. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2001.
SCLIAR, Moacyr. Souza, Marcio. Entre Moises e Macunaíma. Garamond, Rio de Janeiro, 2000.
TRUZZI. Oswaldo. Patrícios – Sírios e Libaneses em São Paulo. Hucitec, São Paulo, 1997.
TRUZZI. Oswaldo. De Mascates A Doutores: Sírios E Libaneses em São Paulo. Editora Sumaré, São Paulo, 1992

26 mar 2009

Qualidade e não quantidade.



Faça alguma obra, ou repare nos trabalhadores experientes ao fazerem uma boa massa.De pão, concreto,algo bruto, rude ,dependente do dispendio de força manual, algo mais que pratico quanto a tese de que a prática supera a prática.

Preste atenção as misturas: 3:1 ;4:1,...e lá bem quando está quase a completar o serviço, acabou a massa. E então, não a simplesmente a dilua. Não destempere suas forças, mas não maximize as substancias ali misciveis. Qualidade e não apenas quantidade. É sabedoria judaica.Acabo de ler na Parashá da semana.A propria Torá no ensina que não é o tamanho do presente que determina a importância do sacrifício; pelo contrário, a importância está nas intenções do doador e nas circunstâncias.Lembra-nos da motivação necessária para doações de todos os tipos, e que não é o tamanho que importa; o significado e as intenções são igualmente importantes.

MEDABRIM BESHEKET

daber alai milim pshutot
kmo shehainu paam
ksheod katavta michtavim shel ahavah
kmo shehaita
mechabek nishar iti velo boreach
haita ba mevi li perach

daber alai milim pshutot
kmo shehainu paam
sheod haita mistakel alai
nerdemet letzidchah
kmo shehaita doeg
im tamid ehieh shelchah

paam hainu medabrim leat
hainu medabrim besheket, medabrim meat
haita mistakel li baainaim shedibarti itchah

daber alai milim pshutot
kmo shehainu paam
sheod haita mistakel alai
nerdemet letzidchah
kmo shehaita doeg
im tamid ehieh shelchah


Qualidade, e não quantidade.Mas nem sempre nos desimportamos com isto.Ainda há os tabus, status,oficialidades que muralham os caminhos dos individuos.

Por vezes se é por demais simples.Simples, ate para aceitarem no e terem digno de pertencimento.

"Preciso me encontrar "

Preciso me encontrar
Preciso encontrar te

Porem onde estas? tu existes? onde estas?
Sera que existiras um dia a mim?

Estou a procura e me canso

Estou cansado
Tu nao existes.Nao e apenas um sonho sem rosto
E desejo ve-la
mas tu nao sei onde estas!

Me canso
Quero me encontrar


Ou permissão ao que não preciso procurar.
Esta ao alcance de um braço
Mas distante no sonho,leguas ao mar?

"Por vezes ,apenas algumas palavras
Um telefonema,um email,algo que queira ou não queira que se ouve

Não importa,cada segundo é um caminho.
Uma decisão,duas ou mais medidas.

Estou batendo as portas.
Espero quebrar não os pulsos
Deseducado,sem etiqueta, pompa
Um simples sobrenome
Desconhecem.

Estou batendo as portas
Anos apenas fustigando os trincos
As chaves jamais acertam a fechadura
E olha se pelas frestas
O que procuras
Se não acham -te?

E preciso quebrar o trinco
E preciso bater as portas
Não com punhos ensangüentados
Mas ao mesmo tempo
Com amor e ardor"
A.


Em tempos de viver numa ilha virtual ,sem acesso ao computador, semi isolado do mundo versatil da internet, sem acervos de arquivos ao alcance de cliques, resta ligar um radio, em ondas mentais escutar e rever flashbacks de sensações inumeras. Ao tomar um onibus,receoso por decisões que correm fora de nossas mãos e vontades,unindo pontos equidistantes,Cartola soltou fora, na sua eterna cançao "Preciso me encontrar",o poema canção na voz do poeta sambista preto e pobre do suburbio carioca.Tão marginal quanto a sensaçao por mim sentida.

Preciso me encontrar, nada mais que marranico ao Vidas Marranas.E preciso retorno, reecontro.De volta a si mesmo. Parafraseio então o mesmo:Deixe-me ir preciso andar ,vou por aí mas não a procurar o que ja encontrei, apenas deixem eu encontrar ,sorrir e não chorar.

Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver

Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que eu me encontrar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas do rio correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver

15 mar 2009

Calendário Judaico – 5769 / 2009 &COMUNIDADES JUDAICA e ISLÂMICA SE ENCONTRAM EM SP

Dia 27 de janeiro: Dia Internacional em Memória do Holocausto
Dia 09 de fevereiro: Tu Bishvat
Dia 10 de março: Purim

Dia 08 de abril: Véspera de Pessach
Dias 09 - 16 de abril: Pessach
Dia 21 de abril: Iom Hashoá
Dia 29 de abril: Iom Haatzmaut
Dia 08 de maio: Pessach Sheni
Dia 12 de maio: Lag Baômer
Dia 21 de maio: Iom Ierushalaim
Dia 28 de maio: Véspera de Shavuot
Dias 29 – 30 de maio: Shavuot
Dias 09-29 de julho: 17 de Tamuz e as Três Semanas
Dia 30 de julho: 9 de Av
Dia 05 de agosto: Tu BeAv
Dia 18 de setembro: Véspera de Rosh Hashaná
Dia 19 de setembro: Rosh Hashaná
Dia 27 de setembro: Véspera de Iom Kipur
Dia 28 de setembro: Iom Kipur
Dia 03 de outubro: Sucot
Dia 11 de outubro: Simchat Torá
Dia 12 de dezembro: Chanuká




Anti anti semitismo
Um olhar sobre a islamofobia e antijudaismo
COMUNIDADES JUDAICA E ISLÂMICA SE ENCONTRAM EM SÃO PAULO

Semana passada o rabino Michel Schlesinger da Congregação Israelita Paulista; Claudio Epelman, diretor executivo do Congresso Judaico Latino Americano e Ricardo Berkiensztat, vice-presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, foram recebidos pelo Sheik Mohammad Moughraby, diretor e imã do Centro Islâmico do Brasil. O tema do encontro foi o diálogo inter-religioso e a busca por maneiras de garantir que o respeito e a harmonia entre as comunidades islâmica e judaica no Brasil permaneçam intocáveis, apesar dos desafios vividos no Oriente Médio. Novos encontros já estão sendo agendados, com o objetivo de que este diálogo seja permanente, mostrando que o Brasil é um exemplo de convivência, que deve ser seguido. (Fonte Fisesp)

9 mar 2009

Mulheres

Ontem foi o Dia das Mulheres

As mulheres, nesta semana mais outra será decisiva
Foi no passado,Ester
Hadassa, esta semana pode ser
Fulana ,Beltrana, Sicrana

Qualquer outra
A encantar um rei e salvar um povo
Ou tomar um reino e declarar uma guerra, cessar armisticio

As mulheres
Elas são doces
Ternas
Marias- Amelias
Minha doce musa
Que existe
Assim, bem diferente

As mulheres
Iguais aos homens
Diferentes naquilo que sabem ter ao toque:
Tão gentis, mas não pinte as submissas
Também duras, rigidas
As senhorinhas, donas de casa?
Elas estão em front
Elas falam firme
Ditam regras
E conjugam um mundo mais maduro, menos embrutecido
E atiçam-nos,desespera-nos,acalenta-nos
Em sono, em sonho de vida ,em dia

Belas, feias, altas, magras
Inteligentes,Tímidas,desavergonhadas
Brancas,negras, orientais,...
Mulheres
Ha todos os tipos e jeitos
Mas cabe romantizá-las?
do que viveria um poeta?

Troco o poeta por uma poetisa;Deixa que ela mesma diga como deseja ser cantada


Mulher Mãe Amante Amiga
Eternas
Indispensáveis!


פּוּרִים

"Recorda os dias do passado,lembra-os de geração em geração".Devarim



O livro de Ester (Meguilat Ester), a base da festa de Purim, conta uma das mais queridas histórias bíblicas. Haman, o vilão da história, desenvolve um plano para aniquilar os Judeus da Pérsia – e este é aprovado pelo Rei Achashverosh. Através de uma complexa seqüência de eventos, a Rainha Ester, judia, e seu pai adotivo, Mordechai, conseguem interceder diretamente com o rei, estragando o plano diabólico de Haman, e destruindo-o, junto com sua família e outros inimigos do Povo Judeu. É então proclamado o feriado de Purim.

A origem da palavra ‘Pur’ aparenta ser persa. Como escrita na Meguilat , significa ‘sorteio’.Purim é o plural da palavra ‘Pur’, e,portanto significa ‘sorteios’. A festa se chama Purim devido aos sorteios promovidos por Haman.A palavra Pur também está relacionada com a palavra hebraica ‘porer’, que significa desmantelar,quebrar,destruir,quebrar em pedaços.A palavra ‘pur’ tem significado semelhante ao da palavra ‘payis’ –loteria, tão difundida em Israel.A palavra ‘hefir’, derivada do verbo ‘pur’ tem sentido de cancelamento, quebra de algo permanente, como a violação de uma aliança, o fim de um casamento ou uma grave.

Haman escolheu fazer sorteios para determinar o dia e mês para atacar os Judeus. Os antigos persas acreditavam que os signos do zodíaco afetavam o destino do homem, e creditavam muita honra aos astrólogos e magos. Para muitos pesquisadores, o sorteio não resultou no mês de Adar por acaso, mas intencionalmente, já que uma importante festa persa da deusa Anahita era celebrada no meio deste mês, e o interesse de Haman era deixar o povo contra os Judeus justamente durante estes dias de alegria e entusiasmo.

Purim parece repleta de contradições. Numa hora, os Judeus estão sem ajuda e desesperados de medo; em outra,estão lutando contra seus inimigos e vencendo-os. Milagres acontecem, e o nome de D’us nem é citado.EM Purim, os Judeus reafirmam sua lealdade ao Judaísmo, e alcançam novos níveis espirituais. Mas então vem as máscaras, paródias, banquetes e bebidas. Purim nos ensina a ver através das contradições da vida, e perceber que elas são todas parte do plano. Muito antes de Haman escrever seu decreto de destruição, uma rainha é, deposta para dar passagem a Ester, que no fim das contas salva os Judeus. O remédio vem antes da doença. Purim significa sorteios – como na loteria. Mas a seqüência de eventos sugere qualquer coisa menos sorte.

Resumindo, Purim é a festa da unidade judaica. Assim como as contradições de Purim desembocam num tema unificado – o Povo Judeu deve ser unido, “be’lev echad” – em um só coração -, para comemorar.Todas as quatro observâncias de Purim nos levam à união. Primeiro, sentamos todos juntos para ouvir a leitura da Meguilá. Depois, a mitzvá de Matanot LaEvionim – presentes para os pobres – une os pobres e os ricos. Mishloach Manot – enviar guloseimas – reforçar a ligação entre nós e nossos amigos. Mas ainda não é suficiente.

Finalmente, para separar as barreiras que nos separamos, nós bebemos. A bebedeira da refeição de Purim deve nos libertar de nossas inibições, não para nos levar à selvageria, mas para nos permitir mostrar nossos mais interiores e profundos sentimentos de amor uns pelos outros. Ao bebermos (com moderação), diminuímos as fronteiras que nos separam uns dos outros, para nos sentirmos ainda mais como uma unidade.


Vidas Marranas:Compósito subterfúgio de observação do mundo.Hasbará,Recordações e Narrativas do que fez-se em esquecimento!Alguma verdade ainda existe em porões do silêncio,câmaras soturnas nos quais não passou a Grande História.Bem vindos.

Tirinhas quase non sense

"Recorda os dias do passado,lembra-os de geração em geração".Devarim
Purim Sameach (veja artigo no blog)

Conjuntura atual




Paciencia tem limite...




Por desencargo de Consciencia



Indicador de Desemprego -Mafalda -Quino



Arts long vita brevis




Ajuda!!!



Ja era!



Tiririnhas de: Os malvados,Quino

6 mar 2009

Amoz Oz -Escritor israelense é entrevistado pela Al Jazeera

***

Atraves de um erro grotesco, via uma (des)ajuda do Haaretz no texto mais abaixo compreende-se como Amoz OZ quem perdeu filho no conflito no Libano .Porem como um amigo prontamente fez em corrigir, quem perdeu o filho foi outro escritor e novelista :David Grossman!!!

Sendo outro pacifista confesso e que apoiou Israel durante o conflito com o Líbano, em 2006. Naquele mesmo ano ele e os seus camaradas de letras Amos Oz e A. B. Yehoshua participaram numa conferência de imprensa em que manifestaram ao Primeiro Ministro de Israel a urgência que se fazia sentir de um cessar-fogo que tornasse possível criar bases para uma solução para o conflito entre Israel e as forças do Hezbollah, no Líbano.Dois dias mais tarde, o seu filho Uri, com 20 anos, foi morto no Líbano, numa operação militar.

Segue a dica para a leitura de 'Contra o Fanatismo' de Amoz Oz e de David Grossman, 'Carne Viva”.Segundo uma crítica da Los Angeles Times Book Review, um livro que pode ser a mais estranha e triste história de amor alguma vez contada.

(Artigo)
O Amoz Oz sempre surpreende e não é novidade. O autor de inúmeros romances famosos como ‘O Mesmo Mar’, ‘Caixa Preta’ e a analise de conflitos ‘Contra o Fanatismo’ ,não é um símbolo do pensamento progressista israelense por menos. Dono de uma invejável polidez,mas sem papas na língua, sempre sofisticado e com criticas contundentes, outra vez mostra o quanto que a sociedade israelense, diferente da imagem com a qual a comunidade em exílio mostra, é bem e em muito diversificada. Amoz Oz, que foi a favor da incursão em Gaza, a ultima, quando houve a necessidade de o governo israelense mostrar o seu poder perante as constantes ameaças pelos mísseis vindo de Gaza e que atingiam cidades do sul de Israel , nada mais que por oito ininterruptos anos, Amoz Oz também foi dos primeiros a ter ressalvas com a forma de defender-se , mas sem cometer exageros.

Tendo perdido um filho no conflito penúltimo contra o Hezbolah ***ERRATA***no sul do Libano, patriota, mas consciente de que a paz não pode vir pela troca mutua de tiros e apontarias contra militantes terroristas , mas que atingem também civis, mais uma vez mostrou que a paz , possível ,mas não fácil de ser alcançada, é um alvo que só poderá ser alcançado por muita mediação e ambas as partes cedendo em pontos intragáveis, mas necessários.Para ele são dois vizinhos que estão obrigados a criarem uma boa cerca, cada qual com sua terra,por que ambos estão ali e não retrocederam.Daí sua metáfora que a paz pretendida não virá como que por um casamento, mas sim, por um processo de divórcio, em que os conjuges aprenderão a ter de partilhar a casa.Cada qual com sua parte.

Por assim,Amoz Oz acabou por ser o convidado da emissora Al Jazeera. Sim a mesma alcunhada de mostrar o mundo árabe e também 'porta voz' dos grupos terroristas, como assim a mídia ocidental costumeiramente a denomina. Mas como a entrevista feita a Oz, vemos que a 'emissora do mundo árabe' tenta seguir uma linha do jornalismo ocidental, com programações comuns como a do mundo ocidentalizado. Nem melhor , nem pior, mas enfim acertaram: Ao trazerem Amoz Oz e ao mesmo tempo mostrarem o 'mundo árabe' torna-se porta voz de um mundo em que as nuances talvez não possa ser captado pelas objetivas e lentes 'ocidentais'. Assim sendo pela primeira vez uma voz em hebraico ecoou pela Tv ‘árabe’.

Tal como neste artigo da jornalista Letícia, que foi postado no Observatório da Imprensa. Neste mostra que a emissora de TV al-Jazeera cultivou, por anos, a fama de porta-voz da al-Qaeda. O canal tornou-se conhecido no Ocidente após os atentados de 11 de Setembro, quando exibiu vídeos de Osama Bin Laden e passou a ser vista como palco de propaganda terrorista. Com sede em Doha, no Catar, a al-Jazeera queria mudar de imagem e, ainda que continuasse como uma voz relevante para a comunidade árabe, tornar-se também uma alternativa informativa válida para o Ocidente.

Para tanto, os vídeos de Bin Laden foram engavetados. O espaço para discussão, em contrapartida, foi ampliado: pela primeira vez, ouviu-se um judeu israelense falar hebraico em um canal árabe. Ali, para o desespero de líderes conservadores, discute-se religião, política e guerra. Para aumentar ainda mais seu alcance, a Al Jazeera criou uma emissora em inglês, transmitida para mais de cem países. Recentemente, foi lançado um site intitulado I Want al-Jazeera (algo como "Eu quero al-Jazira") para dissipar mitos e esclarecer contradições sobre o canal.

Um dos programas que ajudam a desfazer a imagem de associação com o fanatismo é o Riz Khan Show, exibido ao vivo com a participação do público, que interage com os entrevistados por telefone, SMS ou internet. Riz Khan é um experiente jornalista nascido no Iêmen do Sul e criado na Inglaterra, que já trabalhou para emissoras como BBC e CNN e tem o sotaque britânico na conta certa e a destreza necessária para conduzir bem sucedidas entrevistas.

Uma delas, exibida há duas semanas (quarta-feira, 18/2), merece destaque. Khan entrevistou o escritor israelense Amós Oz, que, por pouco mais de 20 minutos, foi direto e preciso em questões sobre o conflito israelense-palestino. Oz quase não sorri e relaxa apenas em alguns breves momentos: quando um telespectador, por telefone, desculpa-se por não ter o inglês tão bom, o escritor, brincando, responde que também não tem. Ainda assim, a dureza na expressão de Oz não passa antipatia ou insensibilidade; serve de moldura para o tema tão complexo de que fala com tanto conhecimento.

Divórcio

O escritor defende a solução de dois Estados para que israelenses e palestinos possam viver em sociedade. Ele não compara a solução a uma lua de mel, mas a um divórcio. "Os palestinos não vão a lugar nenhum. Estão na Palestina para ficar na Palestina, com razão. Os israelenses estão em Israel e também não vão a lugar nenhum, com razão. Eles não podem se tornar uma família feliz porque não o são, não são felizes e não são nem ao menos uma família, são duas famílias", afirma. "Isso não é sobre se apaixonar e sair em lua de mel, é sobre um doloroso e talvez conturbado divórcio, e com certeza um divórcio curioso, pois as duas partes vão continuar a morar na mesma casa e terão que decidir quem fica com cada quarto e, como o apartamento é pequeno, as arrumações terão que ser feitas entre a cozinha e o banheiro. Isso vai ser complicado, mas é preferível à situação atual de opressão israelense e terrorismo palestino."

Por fim, Khan faz a mais básica das perguntas sobre o assunto: Oz acredita, com base em tudo que já viu e vivenciou, que é possível ser otimista de que um dia vá haver paz no Oriente Médio? Sim, responde o escritor. "Eu sei que, hoje, há mais palestinos pronunciando a palavra `Israel´, que por muitos anos eles se recusavam a dizer, e hoje muitos israelenses pronunciam a palavra `Palestina´, que por muitos anos também se recusavam a dizer. Por isso eu acho que, lá no fundo de toda a animosidade e ódio, há a constatação de que não há alternativa a não ser um difícil compromisso entre as duas partes, e eu acredito que este compromisso tem como se estabelecer."

As duas partes da entrevista de Amós Oz, em inglês, podem ser vistas aqui:

CONIB EXIGE MAIS SEGURANÇA PARA A COMUNIDADE JUDAICA VENEZUELANA

Vidas Marranas:Compósito subterfúgio de observação do mundo.Hasbará,Recordações e Narrativas do que fez-se em esquecimento!Alguma verdade ainda existe em porões do silêncio,câmaras soturnas nos quais não passou a Grande História.Bem vindos.

"Recorda os dias do passado,lembra-os de geração em geração".Devarim


Em menos de um mês, a comunidade judaica da Venezuela foi alvo de dois bárbaros ataques, numa sequência que evidencia as precárias condições de segurança oferecidas pelas autoridades venezuelanas e que faz aumentar nossa preocupação em relação ao avanço do antissemitismo no país vizinho. Em janeiro, um bando invadiu uma sinagoga. Na última quinta-feira, uma bomba explodiu em frente a um centro comunitário, provocando crescente preocupação com os rumos da situação política e social na Venezuela.

Nos últimos anos, a América Latina conseguiu finalmente embarcar no caminho da democratização que, esperamos, seja irreversível. Mas o futuro da democracia em nossa região depende dos esforços da sociedade civil e do compromisso de seus governantes de garantir o respeito às leis e à ordem democrática.

Lembramos mais uma vez que o presidente Hugo Chávez assinou em dezembro uma declaração conjunta com seus colegas Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, comprometendo-se a combater diferentes formas de discriminação, entre elas o antissemitismo.
Manifestamos nossa solidariedade irrestrita à comunidade judaica venezuelana.

Manifestamos também nossa preocupação a autoridades brasileiras que acompanham de perto a realidade venezuelana. E externamos nossa esperança de que a democracia vai prevalecer em nosso continente, com a garantia de liberdade religiosa e de respeito aos direitos das minorias, alguns dos ingredientes fundamentais para a construção de uma sociedade livre e justa.

Claudio Luiz Lottenberg
Presidente da CONIB

5 mar 2009

Atual ofensiva contra o MST

Nos últimos dias, a imprensa vem veiculando uma série de matérias sobre o MST, que expressam uma ofensiva das forças de direita. Por isso, entrevistamos o membro da direção nacional João Paulo Rodrigues, para explicar a posição do Movimento sobre os principais temas expostos.

A que se deve a reação do ministro Gilmar Mendes?

O Ministro Gilmar Mendes foi transformado no mais novo líder da direita brasileira, desde sua posse como presidente do Supremo Tribunal Federal. E ele está se comportando assim, honrando seu novo papel. É ágil para defender o patrimônio, mas lento para defender vidas. Ataca os povos indígenas, os quilombolas, os direitos dos trabalhadores, os operários e defende os militares da ditadura militar. Enfim, agora a direita brasileira tem seu Berlusconi tupiniquin. E ele opina sobre tudo e sobre todos. Aliás, ele está devendo para a opinião pública brasileira uma explicação sobre a rapidez como soltou o banqueiro corrupto Daniel Dantas, que financia muitas campanhas eleitorais e alicia grande parte da mídia.

Mais grave, a revista Carta Capital denunciou que o Instituto Brasiliense de Direito Público, vinculado ao Mendes, recebeu 2,4 milhões de recursos públicos, inclusive do STF, do Tribunal Superior Eleitoral e até do Ministério da Defesa, dirigido por seu amigo Nelson Jobim. Como líder da direita, Mendes procura defender os interesses da burguesia brasileira e fazer intenso ataque ideológico à esquerda e aos movimentos sociais, para pavimentar uma retomada eleitoral da direita em 2010. Serra não precisa se preocupar, já tem um cabo eleitoral poderoso no STF.

O que aconteceu em Pernambuco?

O conflito no Pernambuco é uma tragédia anunciada. As 100 famílias estão acampadas há oito anos. Duas áreas estão em disputa. Os fazendeiros usaram de todas as artimanhas judiciais para impedir a desapropriação de suas áreas não utilizadas, que servem apenas de especulação imobiliária. As famílias trabalham e plantam na área, tiram dela seu sustento. Sofreram mais de 20 despejos. Na semana passada, depois de mais um despejo pela Polícia Militar, o fazendeiro contratou pistoleiros que foram no acampamento fazer provocações, armados. Perseguiram e espancaram um dos líderes do acampamento.

Nesse clima de tensão e ameaças permanentes às famílias acampadas, alguns acabaram reagindo e no conflito houve a morte de quatro pistoleiros. O MST repudia a violência. No Brasil há muitos outros acampamentos, em igual situação de tensão e conflito. Até quando vão esperar para realizar a Reforma Agrária?

O que aconteceu no Pontal?

Na região do Pontal do Paranapanema, no estado de São Paulo, há um passivo de conflito agrário pendente há quatro décadas. Existem por lá mais de 400 mil hectares de terras públicas estaduais, com sentenças judiciais reconhecendo que são públicas. Portanto, os fazendeiros ocupantes são grileiros. E precisam sair das terras, pelas quais receberiam a indenização pelas benfeitorias. Desde o governo Mario Covas, o processo de discriminação e indenização dos fazendeiros- grileiros está parado. Com isso o problema só se agrava. Agora, na semana do carnaval, os quatro movimentos de sem terra que atuam na região realizaram ocupações de protesto em diversas fazendas.

A repercussão foi imediata. Por duas razões: primeiro porque os fazendeiros possuem muitas ligações políticas na capital. Um deles inclusive era sócio do Fernando Henrique na fazenda de Buritis. Outro tem vínculos com a rede Bandeirantes, e por aí vai. E o segundo motivo é que José Rainha, que não faz parte de nenhuma instância de decisão política do MST, anunciou que as ocupações do seu movimento eram em protesto ao governador José Serra. Pronto. O tema se transformou em disputa eleitoral. As repercussões do Pontal revelam que até outubro de 2010, viveremos essa novela, da imprensa e seus partidos transformaram as disputas de terra do Pontal em tema eleitoral.

Entidades do meio rural são acusadas de desviar recursos para ocupações. Isso procede?

O MST nunca usou nenhum centavo de dinheiro público para realizar ocupações de terra. Por uma questão de princípio, as próprias famílias que participam das ocupações dos latifúndios, devem assegurar os recursos necessários para a essa ação política. É aqui que reside a força do MST e é um elemento educativo para as famílias que fazem a luta pela reforma agrária.

Acontece que desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o Estado brasileiro, dilapidado pela onda neoliberal, deixou de cumprir suas funções relativas ao setor público agrícola. O Estado não garante mais educação no meio rural, alfabetização, assistência técnica, saúde. Então, foi no governo FHC que eles estimularam o surgimento de ONGs, entidades sem fins lucrativos, para substituir as funções do Estado. E passaram recursos para essas entidades.

Vale lembrar que a ONG Alfabetização Solidária, da dona Ruth Cardoso, recebeu mais de R$ 330 milhões de dinheiro público para a alfabetização de adultos.

Surgiram então em áreas de assentamento diversas entidades - algumas ligadas aos assentados, outras não - para suprir as funções do Estado, realizando atividades de assistência técnica, de atendimento de saúde, de alfabetização. E recebem recursos do Estado para isso. Estranhamos que a imprensa cite apenas as entidades que apóiam a reforma agrária e são ligadas aos assentados, e omitem os milhões de reais repassados para ONGs ligadas ao PSDB, à Força sindical, aos ruralistas. Somente o SENAR (Serviço Nacional de Assistência Rural) recebe milhões de reais, todos os anos. Sendo que há processos no TCU de desvio de federações patronais em proveito pessoal de seus dirigentes.
O que aconteceu com as escolas itinerantes no Rio Grande do Sul?

Durante o governo Antonio Britto (PMDB-PPS) foi assegurado o direito das crianças de ensino primário estudarem no próprio acampamento. O estado colocava professores da rede pública e as aulas eram dadas em salas organizadas no acampamento. E quando o acampamento mudasse de local ou as famílias fossem assentadas, a escola ia junto, assegurando a continuidade do ensino àquelas crianças. Essa experiência exitosa recebeu prêmios e foi adotada por outros estados, como o do Paraná.

Após a eleição do governo tucano de Yeda Crusius, se formou uma conjuntura política de ofensiva da direita na imprensa, no Ministério Publico Estadual e na Brigada Militar. Eufóricos com a vitória eleitoral, passaram a criminalizar, perseguir e reprimir os movimentos sociais, seja os professores, metalúrgicos, desempregados ou o MST. Nesse contexto, a atual governadora e o Ministério Público atuaram para suspender as aulas nos acampamentos e levar as crianças para os colégios da cidade. Ou seja, não hesitaram em prejudicar as crianças para atingir politicamente o MST.

Por outro lado, o governo Yeda Crusius já fechou outras 8.500 turmas em todos os municípios do estado, a maioria no meio rural, apenas para poupar recursos, e assegurar o famigerado déficit zero As prefeituras dos municípios aonde existem acampamentos já disseram que é impossível levar as crianças para a cidade. São Gabriel, por exemplo, teria que gastar R$ 40 mil mensais. Enquanto atualmente o estado gasta R$ 16 mil para atender os oito acampamentos em todo estado. Felizmente, as escolas foram autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação, que é o órgão que autoriza e fiscaliza o funcionamento das escolas e aprova seu currículo.

3 mar 2009

Violencia contra Movimentos Sociais: Agronegócio -Mídia- Coronéis X MST

Vidas Marranas:Compósito subterfúgio de observação do mundo.Hasbará,Recordações e Narrativas do que fez-se em esquecimento!Alguma verdade ainda existe em porões do silêncio,câmaras soturnas nos quais não passou a Grande História.Bem vindos.




Os Tipos de violência contra os movimentos sociais.



Terra ,Trabalho e Liberdade!"Recorda os dias do passado,lembra-os de geração em geração".Devarim


Um verdadeiro escândalo, em que até o presidente Lula querendo ser diplomático, condenou qualquer uso de violência, se de militantes do MST ou de seguranças de fazendeiros no ataque ultimo em PE A todos e ao presidente: Sempre a violência é uma atitude para ser condenada, mas e se a violência é institucional, como ordenar uma ‘justa- justiça’ para analisar os fatos? A verdade é que pouco os canais de noticia enfatizam o quanto que antes e após o massacre de Carajás, já a uma década,que o MST, este movimento social, dos mais sérios e competentes deste pais, é discriminado e perseguido pela mídia. O caso em Pernambuco e a recente desmantelamento de escolas do movimento nas terras gaúchas mostra que se com ou sem forças ,tal como apelidaram o movimento ,os casacas vermelhas encontram inimigos visando um calcanhar de Aquiles.

Sobre os ataques esporádicos de usineiros, uso de força com abusos nada se diz. Em Pernambuco a manchete fora – ‘MST mata trabalhadores em Fazenda’. O cumulo do absurdo. Se houve excesso na ação (ou reação?) cabe ,sim, a punição dos que o mesmo cometeram, mas pelos exemplos de acontecimentos, não é absurdo que a policia técnica melhor aferisse e encontrasse outras provas quanto ao que de fato aconteceu .Por que o caso da morte de 4 seguranças de fazenda, cheira a legitima defesa,bem como, nunca foi novidade o fato de inúmeros fazendeiros fazerem usos de grupos armados para defenderem suas terras e bem como coibirem assentamentos ou Sem terras acampados e para isto sem distinguirem sem terra adulto, de sem terra mulher ou criança. Carajás ilustra ,mas muitos outros casos de menor repercussão mas que formam a coleção de cerceio a uma luta básica ,o direito pela terra.Do RS,passando pelo Pontal de Paranapanema –Sp as extensões do Centro Oeste ao Nordeste, alias, começo o questionamento quanto aos críticos do MST: boa parte legalistas em favor do direito a propriedade.Mas por não enxergam o quanto de terras deixadas ao sabor da especulação e de extensões de monoculturas em áreas antes florestais e em linha oposta os milhares de despossuidos da terra?

O Bem maior do individuo é seu trabalho e seus direitos individuais. Um valor burguês firmado e que muitas vezes imbui o homem na perda de seu valor como animal social,isto é, na luta para sua subsistência para além de sua individualidade ,mas à seu clã, grupo coletivo.A terra é a garantia de que ele irá se alimentar e fornecer sustento a sua prole.Mas ao que parece há um processo de emburrecimento opinativo ou estamos a beira de um achaque de reacionários. O que constantemente lê -se em Cartas dos Leitores do O Globo, em manchetes de Jornais ou noticiários da Tv é a pusilânime satanização dos movimentos sociais que não fazem parte do jogo de comercialismos do sistema, como o MST .MST não é uma logomarca, ONG ou coisa ,típica e vendávelmente bela ,’cheirosa’ aos olhares e sentimentos burgueses da malta endinheirada. Aos que estão em seus castelos, e longe do campo -la tierra del lobby do agro negócio,confortáveis assistem em seus sofás ao festival de FEBEAPA quanto ao que de fato acontece. E tornam-se facilmente cegos da realidade quanto ao panorama que urge uma reforma Agrária pro décadas e as lutas dos sem terra .E por assim ,ardorosos críticos e defensores de um moralismo que não sente fome ou tampouco conhece o suor do trabalhador do campo e por assim , de sua anomia burguesa, em defesa das extensões rurais com o mesmo argumento de quem defende sua propriedade e bens porque na mesma linha dispõem reivindicações urbanas e inúmeras vezes atém se em criticas contra a favelizaçao ,por que ameaçados de um 'esbulho' da valorização imobiliária,ou mesmo medo da plebe, que deveria permanecer intocada, párias em seus batustoes distantes.

Mas não é apenas a Vanguarda omissa, ou a desinformação perante a panacéia de mídia que opina ou olha torto. Do mesmo modo soa infame a postura de indivíduos como Gilmar Mendes e outros nomes de nosso quadro político e institucional em verborragiasque condenam o MST. Ao mesmo tempo, o presidente do STF chegou a conceder dois habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas, em apenas 24 horas! Nos últimos anos a morte de lideranças do MST tem acontecido e até então parece interessante para muitos que assim se calam ou deixam-se no popular 'vista grossa', comemorando quando a época da prisão de uma das antigas lideranças do MST ,José Rainha, bem como , nas refutações aos discursos de Stédile .”oh , é um movimento stalinista” ,sempre repetiam e repetem. E quando o MST em ação,cada ação é um flash, a cada um flash , acrescenta-se a alcunha de baderneiros, violentos, talvez até ‘bárbaros’,por que distantes da civilidade eurocêntrica. Nas criticas vê-se até o uso de palavras de ordem militaresca ,como incursões dos ‘Sem terra’ como que um bando miserável, modernos farrapos a invadirem o santo antro da ordem burguesa. E assim estenderem-se até a infâmia de dizerem que o MST é o braço armando de partidos políticos de esquerda ou como ignorantes caluniarem-no de vinculos com as FARC e grupos reacionários , num típico mal ,’coisa de latino’, como estes desvairados eurocentricos muitas vezes exclamam.

Se há uma luta é por que a terra clama. Os séculos de coronéis, aos potentados modernos faz verte mais sangue e aniquila a força da gente, a plebe descamisada e sequiosa por um pedaço em que pudessem exercer sua liberdade e direito a suarem ao sustento de seus filhos. O MST tem ideologia. E ai o ranço em segregar o que vem de um segmento excluido , mas que politizado incomoda e muito.

Ridículo abrir os jornais ou assistir os jornais da Globo ou as notas de encerramento das edições de um outro noticiário televisivo.As opiniões a todo momento ou usos de cenas tem um intuito de criminalizar a todo tempo o movimento. E não apenas a falta de informação ou bom uso do jornalismo, mas o processo em que cada luta advinda de modo libertário e cuja liderança seja o próprio trabalhador, é desclassificada, escorraçada como que um bando de desordeiros fosse, a bem lembrar do que anda fazendo o governo gaúcho, desde a ação contra as fazendas de pesquisas de Eucaliptos da Aracruz Celulose. Se o MST existe, não é por vontade política de um grupo , é exatamente pelo contrário, por que desde existência deste país, urge uma política de assentamento agrário sério e que hoje encontra-se mais marginalizado por que rivaliza com os interesses do Agrobussiness.Na verdade, o embaraço surge porque a elite brasileira não permite ceder nada aos trabalhadores e aos camponeses brasileiros.Vejamos por que:

Para sobreviver, hoje o camponês precisaria de subsídio agrícola por parte dos governos e de autonomia em relação ao sistema de produção implementado pelo agronegócio. Atualmente, 92% dos grãos produzidos no país são de soja, milho e algodão e visam à exportação.Ou seja, 92% da safra do país o brasileiro não come. Isso quer dizer que o projeto do agrobussiness é produzir comida para o mundo, e não para todos, onde tenha necessidade, mas sim produzir o que as multinacionais querem e para quem possa pagar. A agricultura camponesa tem como princípio a diversidade. Se a pequena propriedade for na direção do monocultivo, ou ela agrega mais terra ou se esgota. É evidente que isso mostra que ela é inviável para a cultura de grãos em larga escala. Mas não é inviável para criar aves e suínos, café, cacau. Para a cana-de-açúcar ela é inviável para produzir etanol e açúcar em larga escala, mas não para produzir cachaça e açúcar mascavo .

Como li pelo APNB o MST que o ministro acusa de receber financiamentos e ninguém vem a público denunciar a benevolência desse mesmo governo com o agronegócio, que acaba contribuindo para a concentração de renda no país. Tem uma frase usada no campo que reflete bem a situação: “Nós somos caipiras, mas não somos burros!”


A História do MST

Primeiro foram os índios. Resistiram à escravidão branca, ao trabalho forçado, atravessaram a história do Brasil resistindo, buscando distâncias da civilização branca que os extinguia. Hoje continuam presentes na luta por seus territórios. Nos seus territórios está seu futuro.Depois foram os negros. Resistiram. Aquilombaram-se. Atravessaram a história nos seus cultos secretos, nos territórios criados ao longo do território brasileiro. Hoje continuam presentes na luta por seus territórios. Nos seus territórios está o seu futuro.

Depois, por volta de 1800, foram os mestiçados do Nordeste. Um padre chamado Ibiapina propôs aos deserdados da região a vida conforme as comunidades cristãs primitivas. O cristianismo primitivo era sua ideologia. Ele era cearense e se chamava Ibiapina. De suas propostas surgiu Canudos, Caldeirão, Pau-de-Colher, seja por sua influência direta, seja pela influência de seus discípulos, como Conselheiro, Pe. Cícero, Beato Severino, Zé Lourenço, Quinzeiro e muitos outros. Foram esmagados, mas continuam vivos e o Nordeste continua a região brasileira mais rural.

Por volta de 1930 surgiram as Ligas Camponesas, agora por influência da ideologia do Partido Comunista Brasileiro. Uma vez eliminadas, voltaram na década de 50 pela influência de Francisco Julião e se espalharam por todo o Nordeste. Esmagadas pelo regime militar, em seu lugar veio o sindicalismo rural brasileiro.

Na década de 80 surge o MST. Ideologia laica, mas que soube compreender e acolher os que vinham de matriz religiosa. O MST, nesse sentido, é uma síntese da história da luta camponesa no Brasil. Influenciou a formação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) e outros.

A chave histórica do MST é a "ocupação de terras". As 370 mil famílias assentadas em 7,5 milhões de hectares são uma conquista gigantesca em qualquer país do mundo. Cada ocupação vale mais que marchas, manifestações, discursos e outras formas de marcar presença na sociedade. Só ela mexe com o coração do capital. Todas as outras ganham sentido quando essa existe.

A luta pela terra não morreu. Basta olhar para índios, quilombolas e comunidades tradicionais. É no campo que está o confronto com o grande capital em todo o mundo: alimentos, energia, biodiversidade, água, solos, territórios, enfim, todos os bens naturais estão em seu último estágio de apropriação privada. Essas vítimas históricas dos saqueadores de riquezas, territórios e do capital moderno dizem que a história continua. Na luta pela terra está o futuro do MST.


Artigo sobre fechamento de escolas do MST


Anos atrás na UERJ e PUC conheci dois graduandos que estudaram todo o ensino fundamental e médio em uma escola do MST. A formação política desdes individuos era assustadora. As 12 anos um deles tivera acesso a Hobbes e com 15 anos já lera boa parte dos contratualistas . Sabemos o quanto que o saber é libertador, Paulo Freire célere em sua Pedagogia do Oprimido bem delineava que quando intrínsecos a práxis e a teórica se solidificavam como arma para transformação de um modelo ainda que bruto e opressor.Ta ai.É medo político.E cerceio de liberdade e capacidade de informação que estes alunos e futuros alunos têm e assim mais uma vez o Governo Gaúcho ataca e criminaliza o MST, agora fechando suas escolas de acampamentos.

Perplexidade e revolta. Foi assim que o procurador Jacques Alfonsin definiu o significado da determinação do Ministério Público para fechar as escolas itinerantes criadas pelo MST para educar os filhos e filhas dos acampados. A IHU On-Line debateu com Alfonsin, por e-mail, as razões para essa medida e o que ela implicará tanto para as crianças, que deverão ser matriculadas em escolas regulares das cidades onde estão acampadas, quanto para os movimentos sociais e suas ações.

O fato de se cancelar o funcionamento de tais escolas atesta, mais uma vez, em que medida o preconceito ideológico da suspeita infundada pesa sobre os trabalhadores e as trabalhadoras pobres do nosso país, não pelo que elas fazem ou dizem, mas sim pelo que são", enfatiza Jacques, que conversou conosco também sobre a influência da determinação sobre os novos militantes, sobre as ações de Gilberto Thums contra o MST e também se seria necessária uma institucionalidade ao movimento que nasceu aqui no Rio Grande do Sul e tornou-se referência para os movimentos sociais do mundo todo.


Confira a entrevista do IHU On-Line com Jacques Alfonsin,que postamos aqui, por que embora não se trate de uma entrevista do VidasMarranas, é preciso informamos nos e bem sobre o que tem acontecido: Jacques Távora Alfonsin é mestre em Direito, pela Unisinos, onde também foi professor. Procurador aposentado do Estado, e atualmente é membro da ONG Acesso, Cidadania e Direitos Humanos.

IHU On-Line – O que implica, para os movimentos sociais essa determinação do Ministério Público para fechar as escolas itinerantes do MST?

Jacques Alfonsin – Significa perplexidade e revolta. Perplexidade porque essas escolas nasceram da constatação de que um contingente enorme de crianças em idade escolar, vaga pelo Estado, há anos, acompanhando seus pais na árdua batalha que eles travam para garantir o direito humano fundamental à vida e à terra para suas famílias, algumas vítimas de pobreza extrema e, até, de miséria. É frequente a necessidade de todo esse povo mudar de lugar, tal é a violência da pressão que sofre por parte dos latifundiários, de grande parte da mídia e do próprio Poder Público, aí incluído o Judiciário. Por isso, as suas escolas têm de ser itinerantes. Revolta porque o direito humano fundamental à educação dessas crianças foi reconhecido à custa de muitos protestos públicos, alguns reprimidos com extrema violência, muitas reuniões com representantes da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul em sucessivas gestões públicas do Estado, dedicação cuidadosa e competente de professoras e professores sujeitas/os, com sacrifício pessoal, às duras condições de trabalho em tais circunstâncias.


Para o MST, como para os demais movimentos sociais, o fato de se cancelar o funcionamento de tais escolas atesta, mais uma vez, em que medida o preconceito ideológico da suspeita infundada pesa sobre os trabalhadores e as trabalhadoras pobres do nosso país, não pelo que elas fazem ou dizem, mas sim pelo que são. Uma eloquente demonstração de fracasso da interpretação da lei que se faz a seu respeito, um significativo sinal de que, em realidade, não vivemos num verdadeiro Estado democrático de direito, um desrespeito flagrante à dignidade humana de cada uma das crianças atingidas pela arbitrária medida do Ministério Público, sintomaticamente tomada no início de um novo ano letivo.

IHU On-Line – A determinação pode influenciar na formação de novos militantes do movimento?

Jacques Alfonsin – A decepção diária que o povo pobre sofre com a exigência que se faz do "respeito à lei", do "devido processo legal", faz recordar aos novos militantes a dura crítica (...)Isso os conscientiza de que, de fato, o lugar social das instituições que lhes deveriam servir – como a soberania do povo exige por força do primeiro artigo da nossa Constituição Federal – em verdade não os reconhece nem como cidadãos livres, dotados de direitos humanos que estão acima da previsão legal, já que ligados a necessidades vitais em função das quais é o próprio Estado e sua lei que existem e têm de ser testados como legítimos. A influência da arbitrariedade e da injustiça social que sofrem não lhes oferece outra alternativa que não a de anunciar e denunciar tais fatos, sem jamais abrir mão do direito inalienável ao reconhecimento da sua dignidade pessoal, concedendo "graus" à opressão que a aflige. Não raro, isso os obriga à desobediência civil, a greves massivas, a ocupar terras e prédios públicos.


IHU On-Line – Por que, em sua opinião, o procurador de Justiça Gilberto Thums reserva tanto tempo de trabalho para combater as ações do MST?

Jacques Alfonsin – Ele sofre daquele generalizado preconceito ideológico, muito alimentado pela mídia, que pesa sobre os pobres, de que esses são sempre suspeitos. A favor deles, não vale a presunção de inocência que a Constituição Federal garante a qualquer brasileiro. Assim, sempre que existe algum conflito que os envolva, esse promotor parece não se questionar sobre as suas causas. Então, ele confunde segurança pública com garantia de se preservar a injustiça social, por mais que essa seja, justamente, a responsável pelo conflito. Não se dá conta de quanto é infiel, com tal conduta, às próprias finalidades constitucionais do Ministério Público que, justamente por ser "público", é comum, envolve também os pobres que ele persegue e que, por sua própria condição de vida, deveriam merecer atenção prioritária. Mesmo que não queira, ele está fazendo um "excelente" papel de defensor de todos quantos, no Estado, são contrários à reforma agrária, prevista na Constituição Federal...

IHU On-Line – O ministro Guilherme Cassel, há alguns meses, afirmou que esse movimento que visa criminalizar a luta do MST restabelece um ambiente de ditadura. O governo federal, pelo vínculo que o presidente Lula tem com os movimentos sociais, deve fazer algo em relação a essa determinação do MP?

Jacques Alfonsin – Acho que a perseguição atualmente em curso contra o MST se assemelha, até, a tempos históricos anteriores ao da ditadura. Na polêmica que Gines de Sepúlveda [1] manteve com Bartolomeu de Las Casas [2], a respeito dos direitos dos índios, ainda no século XVI (!), dizia ele que esses deveriam mesmo era serem "bem algemados e convenientemente açoitados". O que os integrantes desse movimento sofrem com essa perseguição, quando não se assemelha fisicamente com tal conselho, com ele se parece moralmente. O Rio Grande do Sul está assistindo um novo macartismo [3], já que o mesmo promotor lembrado acima não esconde a motivação que tem para agir, pelo fato de as escolas itinerantes serem simpáticas ao socialismo e de que ele ainda tem "muita munição" (!) para usar contra o referido Movimento (reportagem de ZH no dia 17-02-2009). Quanto ao vínculo do presidente Lula com os movimentos sociais, sou testemunha de que o Incra, aqui no Rio Grande do Sul, faz o que pode, embora deva reconhecer que, lamentavelmente, esse "vínculo" está sucateado até no que respeita ao pessoal que essa autarquia necessitaria para a defesa jurídica da reforma agrária.

IHU On-Line – Falta, hoje, institucionalidade ao MST?

Jacques Alfonsin – Uma das acusações mais frequentes que se faz ao MST é a de ele não ter personalidade jurídica. De onde se retira a base jurídica para uma tal acusação eu ignoro, pois, assim como ninguém é obrigado a se associar ou, até, permanecer associado, como ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em virtude de lei, esse Movimento tem todo o direito de rejeitar aquela possibilidade ou de a ela se habilitar quando assim entender conveniente. Aliás, a falta dessa personalidade não o isenta de ser réu em Juízo e de ser cruelmente perseguido pelo Ministério Público como está ocorrendo agora. Assim, se, sem personalidade jurídica, já pena e o que pena, imagine-se se ele fosse dotado da dita personalidade. Que personalidade jurídica se exige, por exemplo, do chamado livre mercado, cujas ilegalidades e abusos geram fome, sede, morte ambiental, desemprego, quebra de nações inteiras como está ocorrendo agora com essa crise global, de reflexo diário nas bolsas de valores onde ele depositava toda a sua credibilidade? Se uma causa de injustiça social dessa proporção é "insindicável" e inimputável, que autoridade moral pode sustentar quem exige personalidade jurídica do MST?

Notas:

[1] Juan Ginés de Sepúlveda (1490 – 1573) foi um humanista, filósofo, jurista e historiador español.
[2] Frei Bartolomé de las Casas (1474 – 1576) foi um frade dominicano, cronista, teólogo, bispo de Chiapas (México) e grande defensor dos índios, considerado o primeiro sacerdote ordenado na América.
[3] Macartismo é o termo que descreve um período de intensa patrulha anticomunista nos Estados Unidos que durou do fim da década de 1940 até meados da década de 1950. Foi uma época em que o medo do Comunismo e da sua influência em instituições estadunidenses tornou-se exacerbado, juntamente ao medo de ações de espionagem promovidas pela União Soviética