14 may 2008

14 de Maio."Mãe".Saudades.





































Ò minha mãe
Ando sem ti por estas tuas terras
Não há muito o que possa te contar
Se tivesses aqui tua companhia e não apenas este silencio
Pudesse ao menos ler tuas palavras
Mesmo sem tua companhia pudesse reavivar
Lembranças tuas
E tuas historias

Mas restas de ti apenas esta fina poeira que o tempo assopra
E nem mesmo ao lado tenho quem possa me ajudar a segurar isto que o vento insiste


Assim como caminhei sozinho até seu tumulo
Caminho sozinho por tua terra
Esperando a chuva a qual possa antigas historias me sussurrar ,prendendo teus restos em minhas molhadas mãos

Mas há pouco mais que nada
Apenas forçando os olhos volto ao tempo
Assim como contavas.
Então vejo as montanhas ainda cobertas de arvores
Bosques verdes e o gado branco nas vaus próximo das plantações
Vejo mesmo ate a casa de barro,
O casarão antigo
E a velha senzala que dizias ser mal assombrada


Mas o tempo passa
Cheguei tarde a sua terra
Por pouco perderia ate mesmo lembranças de teus olhos
De teus afagos de mãe e tua voz a ralhar me dizendo :
“Menino...Corre ,faça a vida
Mas não te desvies do bom caminho”

Ò minha mãe
Quanta saudade.
Fostes embora antes, no mês de todas as mães
E sabe a mão que te prometido,
Que faria que a conhecesse um dia?
E ainda hoje não tenho ,Aquela ,ao meu lado
Tentei correr como na canção.Mas só podia andar e tropeçando


Não posso mais que senão reter sonhos
Junto a s suas historias de família camponesa
Grassada pela derrocada ,sob a gloriosa Abolição
Empobreceram...
A descer das altas serras de São Joaquim, ao Arraial dos Milagres
Depois à Capital em que se encerrarias

Mas tu,Senhora defensora da liberdade própria não se lamentavas
Apenas seus queixumes ,sim, dos males, das saudades desta sua terra


E uma nostalgia assim ,estranha ,como esta quando caminho ao lado do Rio, o Paraíba.
As mesmas margens em que tu traçou o recomeço,
E eu ainda em um sonho achei ter começado também a viver a vida

Saído da Capital da qual me vou sem jamais ter encontrado espaço
Aqui abano as mãos ao vazio até onde a vista alcança...
O largo rio sereno e suas águas turbidas
Na praça vejo a minha saudade
Nas terras do passado agora também , tristes
Sem arvores
As poucas crianças
Uma roça desamparada de picos desnudos sob o céu cinza, mas sem chuvas abundantes


Não se enxerga mais a casa
As plantações
Nem restos nos velhos túmulos semi-abandonados
Os anos levaram tudo ,mãe

O minha mãe
Lamento por que Tu repousas agora longe de tua terra ventre
A anos esperastes voltar a seus ancestrais para agora em esquecimento
Longe de tua origem
Tão longe de casa

Assim como lograstes ao teu filho ser igual peregrino
A andarilho pelas terras
Sem encontrar deveras lugar para pousar nestas noites
Por que onde está minha casa?


Sou bisneto de uma fé bastarda
Órfão já velho
Nem mesmo uma vida madrasta para confortar me
Tenho de tocar meu caminho
Sozinho apenas
Guardando estas lembranças
Morrendo com esta saudade de tudo que não vivi antes
A mesma saudade que me arrebata dos sonhos
E fá-me cansado cigano


Geny
Geny
Por onde caminhas agora?
Ainda existes ou apenas açoitas os teus roubando as vagas lembranças?

14 de Maio de 2008.
Armando Aguiar
00:47

1 comentario:

Anónimo dijo...

Muito triste!