3 ago 2008

Agosto - tempo de angustias I

Escreves sobre solidão
A tua verdadeira companhia
Esboças rabiscos, mas não há qualquer arte ou pintura
Apenas escreves
Retratando uma vida
Mas por que a sua?

Não existe algo mais importante que este egoísmo?
Ou apenas por que resumido?
Incapaz de conceber mais que um mundo
Senão o próprio umbigo
Assim te acusam.

Mas
Se tens somente a ti
Esta angustia
Esta depressão sem qualquer bilhete
A única garantia este pátio desolado e em ruínas
Se apenas falas consigo e por isto reflete sua agonia

Palavras que de si mesmo caçoam
Rebatidas nas paredes surdas
A ti os únicos ouvidos
Por que não te calas?

Aniversario

Um Aniversário
Ecoante
Pela sombra
da alma
Enfurnando nos cantos mais lôbregos de um lugar tão vácuo
O olhar
profilático
Pela noite tão ssssilenciosa
Por que assim se quis apenas ficar mudo para calar o próprio
mur

rio.

Esvai se a mocidade que antes já se fora sem algum viço.
Esvai se a anima quando então já se fora o peito.
Apenas este cheiro.
Apenas esta metamorfose no espaço tão locuo.
Ah cada erro, etapas evadidas da vida em meio ao mais fátuo vicio de alma enfermiça.

Mur

rio
lennnnnnto e cannnnsssssatiiiiiv o
Na cantilena
A mesma cantilena

Ano
Ano após ano
A mesma noite enfumaçada
Não nem mesmo são nevoas
Mas apenas o ranço dos próprios
restos que crepitam a fogueira destes anos.

Basta um esboço.
Um reflexo apagado
Embora seja sempre o mesmo
Envelhecido com os anos


Escoa se a jovialidade
Escoa a certeza de ser mágico e permitir um sonho pleno
Apenas estas calçadas
Poucas são as ruas
Tão poucas por onde possa andar pela sombra em segurança.

Ecoante pela sombra
junto a memória dos anos passados em vazio

Apenas os resquícios do nada que foi feito
Ao desperdício de matéria pelo denodo próprio


Incipiência de se fazer e querer ir tão distante
Pelas sombras, pelas sombras.

Ecoante agora junto a memória de cada erro junto ao tempo que se foi
Perdera-se embora caminhando com a alma junto
Perdera-se
Dos sonhos, do gosto...
Ah... Doce néctar não sentido...
Ao palato impossível
Uma vez mitigando, sem deveras jazer ,aspirando sem alcançar nunca...
Sucumbindo dia a dia ao marasmo da carne até a alma...

Andante in concerto para violino em fá

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