17 ago 2008

Crõnica Banal da vida comum

Silencio
Inúmeras vezes tão dolorido na alma. Ao revirar o leito, as horas. Momentos de receio para encará-lo.
E nem mesmo uma vozinha bendita para o “Faça isto e não aquilo”.
Maldita esta inquietação humana de querer respostas do céu, ou além.De pela fraqueza ou incerteza pela finitude tão humana de não escutar a si mesmo.Não acreditar nas próprias respostas.
Mas e quando nem a si mesmo se consegue responder?

Ausência.Mas também imprescindível ‘ouvir’a voz calada, numa antimonia singela
Como na hora da corrida em que não se quer pensar.Apenas como Forrest Gump “correr e mais nada”.Depois voltar.Se tiver de voltar...

Mas sempre temos.


Silencio, volta,conseqüência,pragmatismos.
E Silencio desejado sem exaspero ,apenas,sereno tautologicamente silenciando-se .

Correr por aquela via enquanto ainda era permitido.Num domingo recém saído da madrugada,aspirando o ar
Folhas assopradas como um tapete no bosque.Ainda era hirta a tranqüilidade de um lugar que talvez em meia geração.Cederia espaço a monstros enormes de aço e a fuligem de tantos carros.
Afinal, ávida era a industria da especulação da pobreza e da classe media


La se fora mais uma semana
Mas estava agora distante de tudo
Da noite mal dormida por que sobressaltado pelos gritos
Uma ,duas rajadas.Ecos apenas?


Horas depois
Luzes sirenes
De algum lugar quase ao lado
Apenas uma festa infantil num canto qualquer do subúrbio ou zona sul
E não acabara em pizza.
Uma discussão sobressaltada .E uma dupla de agentes sem qualquer discurso.E a normalidade da vida de tão simples, estúpida.
Observara: pouco respeitavam os agentes ,coitados.

Pouco as gentes se respeitavam naquele mundo.



Precisavam sempre serem grandes,obscuros.
Incurtir medo.
Como aquela rua vazia ali pela manhã tranqüila
Medo do futuro
Das crises sempre existentes.
Do passeio antes para relaxamento
E suscetível a reflexões sobre desemprego, seguro e contas
Era preciso estabilizar se em algum oficio.Algum algo que não fosse meramente algo
Era preciso como todos em seus ofícios, existir para ir além do meramente resistir

Ou queria mesmo e imergir no anonimato e desaparecer de tudo.
(mas isto calaria seu pensamento?)

De certo que não...Não a anomia.
Mas o que era possivel?

A vida era como eterna luta.
Um chavão maroto, no qual grão a grão era uma luta incessante contra o vento.
(para onde vai a duna dos restos da fortaleza?)
Não queria incurtir se em moralismo, discussão de ética e ombridade.
Esquecer lembranças

Porem não era possível fugir o tempo todo.Nem mesmo um minuto de descanso a mente!
Auspiciosamente repassando a noite mal insone.(E como era dificil aquele oficio de policiar a noite.Aventura,exposição,suscetibilidade a vergonha)
Não.Não poderia ser agente.O que ele sabia...
Faria.
Seria?

Apenas correr ainda livre enquanto existisse aquela rua, aquele bosque
Apenas sentar em casa
A cada manhã, numa risível corrida matinal decidir a vida
E cansado desabar a um qualquer inviolável canto
E desabafar sua quase poesia

Ei!Espere leitor solitário
(sou eu mesmo que as vezes me leio e me critico:por que escrevo isto?)
Ousadia?


Mas, não.
Não é poesia.
Um relato urbano apenas. Ou nem isto. Quase uma crônica-quase.Ssem comedia, apenas capitulo de personagens ridículos.
Mas por quê da pouca filosofia explicita.No palco da vida comum de cada dia. Pensamentos a sui generis tão minimos.

Era melhor apenas continuar em seu matinal passeio. E Desabafando enquanto as folhas ao vento caiam.
Passara voando o tempo sem levantar vôo com pensamento (quiçá aterrisasse noutro lugar)
Mas estava ali, de volta uma vez mais. Devesse dormir. Acordar tarde mataria o voltar ao inicio.


Não era o medo de não ter certeza nas próprias respostas. Mas exatamente o oposto. Deparando se com o espaço ao redor, a osculta do silencio percebia o que nem a si mesmo diria.


Silencio

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