31 dic 2008

Uno pajaro a volar

Pero la falta de desvelo
¡Fue hambre!
Una cosa simples mezquidaria morrir de hambre
Uno pajaro tiene
De gabar las ventas abiertas
Libre de las rejas de una prision
!Duerme pajarito!

¡Uno pajaro que murio!
Descansa ahora en la tierra jamás alcanzada
Solo uno pequeño pajaro
Olvidaran de sustentar
Olvidaran encuanto vivo ahora nade más posible de realizar
Solo uno pajarito

Verde rayado, años y años a compañya
Uno perico enjaulado
Ahora finado a volar em su libertad
No podria solitário alimentarse
Necesitado en sé alimentado
Ahora sólo resta esto escozo
Más después de muerto no tiene como volver atrás
¡Ah, no!Fue en silencio.
Sin su ultimo sonido
Silenciado enjaulado mirando el espacio y patio

Las arbores tan lejas
Tan altas, imposibles de con las alas superar

Era uno pajaro alado
Ya ahora yace uno pajaro
Uno perico pequeño rayado
Já tênia acaecido antes:
Era uno conejo,cobayo,uno perro,gallina
Uno animal cualquier
Era la gente da casa ,era la propia casa ,era a si mismo

¡Tiempo de despertar!
¡La vida compañero no es juego!


En tus manos yo aprendí a beber agua
fui gorrión que se quedo preso en tu jaula...
porque yo corté mis alas, y el alpiste que me dabas
fue tan poco y sin embargo yo te amaba...
Fue mi canto para ti siempre completo,
sin tí no pude volar en otro cielo...
pero me dejaste solo,
confundido y olvidado,
y otra mano me ofreció el fruto anhelado...
Lo que un día fue, no será...
Ya no vuelvas a buscarme,
no tengo nada que darte,
de tu alpiste me cansé...
Vete a volar a otro cielo
y deja abierta tu jaula,
tal vez otro gorrión caiga
pero dale de beber...
¡A vida companheiro,no es chiste,no!

21 dic 2008

Chag Sameach ao Ishuv .É Chanuká em 5769


A História das comemorações de Chanuká

Vista como "Festa das Luzes' Chanuká é, na realidade, uma Festa da Liberdade e dos Direitos Humanos Chanuká é mais do que o restabelecimento da independência do Estado de Israel antigo, é a glorificação da liberdade para todos os povos, é uma resposta universal contra a opressão e a agressão, é uma ação afirmativa garantindo valores e princípios de justiça e de Direitos Humanos que a opressão ameaçava e ameaça ainda hoje. E Para nós judeus significa a defesa de nossa alteridade e a luta contra a assimilação e o esforço para mantenenção do judaísmo ,ainda que em galut

Há mais de 2100 anos atrás os generais de Alexandre da Macedônia, após sua morte, fizeram butim do seu enorme império. E o Reino de Israel foi disputado entre os governantes do Egito e da Síria A terra de Israel, depois de um período de luta, acabou sendo dominada pela dinastia selêucida, que governava a região da Síria.
No ano de 167 da Era Comum, o rei Antioco Epifanio decidiu obrigar todos os povos sob o seu domínio a se helenizarem. A prática de rituais judaicos como o Shabat e a circuncisão foram banidas. O Templo de Jerusalém foi saqueado e os judeus proibidos de praticarem a fé. Era a helenização que desejava que nos curvássemos ao paganismo ,torturando e matando quem se negasse e profanando o Templo Sagrado de Jerusalém, introduzindo nele seus ídolos pagãos. Os greco-sírios fizeram do estudo da Torah um crime. Quanto soldados se aproximavam,as crianças que se dedicavam ao estudo da Torah, trocavam os Livros Sagrados por inocentes piões

Não obstante um grupo de judeus, os Macabeus - um acrônimo do hebraico "Mi Camocha Ba’e-lim Hashem" – "Quem és como Tu, ó D’us ",revoltou-se contra esta opressão e resolveu lutar. Embora o exército greco-sírio fosse muito mais numeroso, os judeus, com a ajuda de D’us, reconquistaram o Templo em 165 a.e.c ,depois de três anos de lutas , e o purificaram. A festa então recebeu este nome em comemoração ao fato histórico de que os macabeus descansaram "chanu" das batalhas no 25º "ká" dia de Kislêv.

Os sírios tinham roubado a Menoráh, candelabro de 7 braços do Templo ,de ouro do Templo, portanto os Macabeus imediatamente fizeram uma nova, porém de metal menos nobre. E embora o azeite impuro pudesse ser usado para acender a lamparina do Templo se necessário, eles insistiram em usar apenas a única ânfora de azeite com o selo do ultimo Sumo Sacerdote justo, Yochanan. A quantidade de azeite deste pote seria suficiente apenas para um dia, porém D’us fez com que durasse, milagrosamente, oito dias, tempo exato para que mais azeite puro fosse preparado.
Em tempos tão difíceis ,aí esta a origem do milagre das luzes de Chanuká , um milagre que se deu de "cima [D'us] para baixo", transcendendo a natureza tal como expressa também o sentido de girar o pião (dreidel). No Dreidel estão inscritas quatro letras hebraicas: ו Nun, ג Guimel, ח Hei e ש Shin , que aludem ao milagre de Chanuká: " Nes- Gadol- Hayá- Sham" ("Um grande milagre aconteceu lá" — em Israel). Cabe ressaltar o valor numérico destas letras é 358, que é o valor da palavra mashiach, aludindo à importância da educação judaica, pois, ao difundir a luz da Torah, apressa-se o advento da época de Mashíach.

Desde a histórica vitória ocorrida em 165 a.e.c., celebramos Chanucá durante oito dias.A festividade comemora a preservação do espírito de Israel. Assim sendo, celebra-se Chanucá apenas espiritualmente, não havendo outros mandamentos a respeito. Sendo proibido qualquer forma de luto público ou jejum,e sem abstenção de trabalho. A chanukiá – candelabro especial da festividade- deve ser acesa diariamente após o aparecimento das estrelas, com exceção da véspera do Shabat.
Observação: Qualquer material incandescente pode ser usado para acendê-la, mas deve-se preferir a luz intensa do azeite ou de velas de cera/parafina, suficientes para permanecer ardendo no mínimo por meia hora. Por isso, se uma vela apagar durante esse tempo - com exceção da noite de Shabat, recomenda-se reacendê-la. Num lugar de destaque, no candelabro, há outra vela auxiliar, chamada shamash. Algumas comunidades usam esta para acender as demais velas; outras, uma vela adicional e por isso um candelabro totalizando nove braços. Por ter um propósito sagrado, a luz da chanukiá não poderá ser usada para nenhum outro fim, como trabalho ou leitura.

Fontes:
Beit Chabad
Revista Morashá

Declaração Latina contra o Racismo e a CONIB


Deveria ter divulgado antes, mas por falta de acessibilidade agora a nota não é mais inédita. Mas o assunto tem relevância : A Confederação Israelita do Brasil, representante oficial ishuv tupiniquim , avalia como um passo importante na luta pelos direitos humanos a declaração conjunta contra o racismo e a intolerância religiosa divulgada pelos presidentes da Argentina, Brasil e Venezuela no último dia 16. "Trata-se de uma atitude relevante na luta contra a discriminação e um exemplo a ser seguido por outras regiões do planeta", afirmou Claudio Lottenberg, presidente da CONIB.

No documento assinado durante reunião de Cúpula da América Latina e do Caribe, realizada na Bahia, os presidentes Cristina Kirchner, Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez declaram "sua mais enérgica condenação ao racismo, anti-semitismo, ao antiislamismo, à discriminação racial e a outras formas correlatas de intolerância" e renovam seu compromisso de continuar trabalhando pela proteção dos direitos humanos no âmbito nacional, regional e internacional.

Para Jack Terpins, presidente do Congresso Judaico Latino-Americano/CJL, “a assinatura desse documento é muito significativa, pois renova o compromisso de se continuar trabalhando em todos os níveis para fortalecer os mecanismos de promoção e proteção dos direitos humanos”.

Apesar de inúmeras colocações que tendem a insinuar um anti-sionismo na esquerda , aos que não têm informações, cabe ressaltar que duas semanas atrás a porta voz do Presidente da Republica Lula da Silva, Clara Ant (pertencente ao ishuv tal como André Singer relações publicas da presidência,o ministro da justiça Tarso Genro, da economia Guido Mantega ,O governador da Bahia Jacques Wagner, o ministro do meio ambiente Carlos Minc e dentre outros mais) este em contato com a (Federaçao Israelita de Pernambuco)- FIPE . Clara Ant então falou sobre sua função no Palácio do Planalto e sobre as relações entre o Governo e a comunidade judaica do Brasil.Em seguida visitou a Sinagoga Kahal Zur Israel, a Primeira Sinagoga das Américas onde foi recebida por Tânia Kaufman e Ivan Kelner.

Nesta visita Clara foi acompanhada pelo Presidente Estadual do PT local , Jorge Peres (coincidentemente também do Ishuv )e demais membros da FIPE como Amir Schvartz, Jacó Stambovsky, Ivan Kelner, Denys Sznejder e Fábio Lispector.

Infelizmente tambem por razoes ideologicas certos espaços só tendem a querer inventar um anti semitismo num governo que tem carinho pela comunidade judaica. E que tem membros importantes neste governo quanto no partido base do governo .

Nao cabe fazer apologia ao mesmo ,ate por que no caso relações comerciais Irã -Brasil cabe a todos nós não apenas alerta-lo sobre estes fins comerciais, mas de fazer valer os acordos que o proprio pais assina e defende, tampouco devemos cair no risco de partidarizar uma comunidade que por si sempre prezou pela discussão e aprofundamentos ideologicos para além do mero partidarismo e sectarismo politico. Mas uma ressalva : Isto serve de exemplo tanto quanto a ser da esquerda ou direita . E por assim, a verdade têm de ser dita e divulgada. Ou deveria.

Aproveito para aqui resumir uma sapiente frase do Talmude :"É a praga do convencimento"

chag sameach chanuka a todos!
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Mudando de assunto ,aproveito para uma dica ,lugar de vista 'obrigatória':

Sinagoga Kahal Zur Israel
Rua do Bom Jesus, 197, Recife-PE - Brasil.
Visitas turísticas: terça a sexta: 9h às 17hs dom:15h às 19hs
Telefone: (81)3224.8351

Comunidade Judaica e Tzedek

Apesar de sempre nestas datas da era comum falarem atrocidades e aproveitarem para destilarem a desinformaçao ou o proprio anti semitismo, sem contar o fato da midia maior nunca divulgar ,vou postando aqui :

COMUNIDADE JUDAICA ENTREGA CERCA DE 3,5 TONELADAS DE DOAÇÕES PARA OS DESABRIGADOS DAS CHUVAS EM SANTA CATARINA

com a liderança da CONIB, FIRS e FISESP, organizaram a arrecadação de doações em solidariedade à população de Santa Catarina, que vem sofrendo com as enchentes que assolaram o Sul do País. A retirada das doações nas diversas entidades participantes começou na manhã de 11 de dezembro. No Rio Grande do Sul, cerca de uma tonelada de doações, entre água, leite, comida enlatada, roupas, material de higiene e brinquedos, foi entregue à Defesa Civil do Estado para que estas sejam remetidas aos desabrigados em Santa Catarina.

Em São Paulo, a Granero se solidarizou com a campanha e, prontamente se ofereceu para fazer a retirada em todas as entidades que estão participando da Campanha. Somente no primeiro ponto de coleta, que foi o clube ‘A Hebraica’, as peças doadas foram suficientes para lotar um caminhão, que também tiveram como destino a Defesa Civil. Em São Paulo, foram arrecadadas, aproximadamente, duas toneladas de doações.

Os representantes da Defesa Civil agradeceram a mobilização e o envolvimento da comunidade, ressaltando a ainda grave situação dos vizinhos catarinenses e a importância de campanhas em nível nacional, como a que foi realizada pela CONIB, FISESP e FIRS. Também participam da campanha, a Kehilá e a Federação Israelita do Paraná, a Federação Israelita do Rio de Janeiro e o clube Hebraica-RJ, a Wizo e a sinagoga da ARI do Rio de Janeiro.

18 dic 2008

Uf Gozal /Voe Passarinho


http://www.kurthalsey.com/work.html creditos da imagem , neste site de um artista indicado por uma amiga.
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Uf Gozal é uma belissima canção a qual na versão do rockeiro israelense Gid Gid, ganha proporçoes ainda mais profundas. Aqui faço uma traduçao , grosseira, mas por que assim também proposital.
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Uf Gozal (Voe filhote, ou ao meu entendimento "Voe passarinho,voe") .
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Sim, eu penso comigo que mundo maravilhoso, e não poderia ser diferente ."What Wonderful world" (na voz de Louis Armstrong) completa a metafora . Prisão,o vôo num sonho, o canto aprisionado, o mundo belo e das possibilidades, mas talvez impossivel .Com vocês, "Uf gozal".
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Uf Gozal

Hagozalim sheli azvu et haken
Parsu knafayim ve'afu
Va'ani tzipor zkena nisharti Baken
mekave me'od shehakol yihe beseder
Tamid yadati sheyavo hayom
shebo tzarich lehipared
Aval achsahv ze ba li kacha pit'om
az ma hapele she'ani ktzat do'eg

Uf gozal chatoch et hashamyim
Tus le'an sheba lecha
Rak al tishkach yesh nesher bashamyim gur lecha

Achshav nisharnu levadenu baken
aval anachnu beyachad
Chabki oti chazak tagidi li ken
al tid'agi beyachad kef lehizdaken

Uf gozal…. Uf Gozal ....
Ani yode'a shekacha ze bateva ,vegam ani azavti ken
Aval achshav ksheba harega az ,machnik ktzat bagron

Uf gozal...
O meu pequeno pássaro saiu em busca de sua própria vida
Abriu as asas e voou.
E eu, já velho , fiquei aqui no ninho
Desejo de verdade que tudo dê certo para você
Sei que chegaria o dia
Mas agora tudo chega assim tão de repente
É um milagre, mas me preocupo um pouco
Voe, meu pequeno pássaro
Voe até onde puder
Apenas não se esqueça
Há gaivotas no céu
Cuide-se bem
Sozinho aqui no ninho
Mas ainda estaremos juntos
Abrace-me forte, diga que sim
Não se preocupe. Envelheceremos juntos
Eu sei que tudo acontece assim mesmo na natureza
E eu também tive que abrir minhas asas
Mas agora que é chegado o momento
Sinto um nó em minha garganta...
Voe, pequeno pássaro
Voe até onde puder
Apenas não se esqueça
Há gaivotas também no céu
Cuide-se bem
Vidas Marranas: Um pretenso espaço, compósito subterfúgio de observação do mundo.Alguma verdade ainda existe em porões do silêncio, câmaras soturnas nos quais não passou a Grande História.

"Recorda os dias do passado,lembra-os de geração em geração". Devarim

13 dic 2008

Primeira Ministra Tzipi Livni e os árabes israelenses.

Les Arabes israéliens dans un Etat palestinien

"Se você tiver alguma culpa seja o primeiro a declará-la e aja rápido para repará-la" -A Sabedoria do Talmud.

"E eles?Quererão papo com a gente?Quem sempre puxa a conversa? Será preferivel 60 anos de democracia e deserto por uma troca por uma possibilidade de novo estado democratico- prosa de meio de alguma rua , em qualquer cidade israelense sobre os arabes palestinos. (não obstante lembrar que os palestinos sao os mais laicos ,em percentual sobre a populaçao total, do mundo arabe)

Neste artigo publicado na RFI France, mostra-nos a bela Tzipi Livni, Ministra israelense de Assuntos Exteriores e Chefe do partido de centro Kadima e também candidata ao posto de Premier ,como favoravel a instalaçao de árabes israelenses em um(futuro)estado Palestino:"Solution pour préserver le caractère juif et démocratique d'Israël, c'est deux entités nationales distinctes". Ou seja: Cada um em seu canto.

"(...)Une fois l'Etat palestinien créé, nous pourrons dire aux citoyens palestiniens d'Israël, ceux que nous appelons les Arabes d'Israël : la solution à vos aspirations nationales se trouve ailleurs a déclaré la candidate au poste de Premier ministre. Depuis, les premiers concernés, pourtant citoyens israéliens, ne décolèrent pas
(...)Ils sont plus de 1 million 400 000 personnes, sur une population totale de près de 7 millions d'Israéliens. Ce sont en fait les descendants de 160 000 Palestiniens restés sur leurs terres après la création de l'Etat juif en 1948. Un de leurs leaders, le député Ahmed Tibi, a donc exigé des explications : Propose-t-elle de laisser ici (en Israël) un million de citoyens sans droits politiques et sans identité nationale, ou bien a-t-elle l'intention de transférer un million de citoyens arabes vers l'Etat palestinien, une fois cet Etat créé ?"

***Resta saber se trata de uma mera declaraçao anterior a corrida eleitoral ou se para reforçar um tipo de raciocinio um tanto inviavel para ambas as partes.Se há mesmo convicção nesta ideia ,trata-se de uma ideia tirada com Abrak-da-Bra antes dos likudistas e Bibi ?E bem, como isto repercutirá junto aos da extrema direita israelense?Nem com um futuro estado palestino democratico, poucos palestinos dos 2o % que compõem a populaçao árabe israelense serão malucos de trocaram de lado na fronteira.
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Com muita satisfação em meu email pessoal recebi inesperadamente mais de uma duzia de emails criticando meu posicionamento quanto a minha ironia perante a mirabolante ideia de Tzipi Livni.Vou deixar aqui uma resposta que postei em uma dada lista. E na qual reintero o por que de não aceitar a ideia. Cabe o merito de dizer que é uma ideia boa,se é plausivel?Não ,sem valorar a questão.Mas pensa-la, como inviavel , por que estamos tratando de mais de um milhao e 200 mil pessoas, sem sombra de duvidas.

E infelizmente a decisao nossa ,depende do que aconteça no futuro.E mesmo, como sempre,as decisoes deles, nos temos de nos meter, e saber das viabilidades de criaçao de um Estado Palestino, democratico e pluralista uma vez que nao apenas vizinhos, e necessariamente para conviver com um minimo de confiança.

"Não posso concordar de abrupto com a posiçao de Tzipi Livni. Primeiro por que ha um ponto obvio:qual arabe israelense vai desejar trocar um quinhao de areia quente do deserto, mas na qual tem -se uma democracia representativa ha 60 anos, por um pedaço para em outra fronteira , em uma possivel e futura democracia, mas que , vejamos, sera asombrada por inumeros golpes e ira flertar com um fundamentalismo...ate por que, 'eles' nao se resolvem. os moderados arabes que moram em Israel, pelo quantitativo, deveriam (ao) encontrar ou forçar voz neste novo Estado Arabe Palestino para os palestinos. Mas encontrarão realmente?vide a disputa entre Hamas e Fatah. Ultra direitismo com pés no fundamentalismo versus uma direita corrupta e com um nacionalismo chongas e barato.

Temos muitos problemas, e infelizmente Israel nao tem como se livrar da questao simplesmente com uma decisao destas, por que fazer esta mudança em massa, para um estado sem perspectivas, somente ficara ,aos olhos de uma midia que adora um dramalhão,dizer que Israel é um estado sectarista. Alias, eles nem sao obrigados a compreender a questao de um lar judeu.E coisa nossa, e que, repito, uma vez mais, nao e um problema tao facil de ser resolvido. Por isto abruptamente , como trabalhista, nao posso aceitar esta soluçao mirabolante, mas que a entendo tambem , como utopica, por que , quando fora possivel , isto la na criaçao do verdadeiro estado palestino, a Jordania, bem, sabemos no que deu...nada é tao facil, infelizmente.

Como coloquei aqui, nas ruas de Israel esta a discussão:eles aceitarão isto?du- vi -do!e também por isto coloquei como titulo "...conversações para a paz"para não tornar tudo muito tendencioso.Quem lê de fora, acha o que? nem segue lendo, apenas , sem entender a complexidade da questão,atém se as velhas criticas"

11 dic 2008

Yom Kippur e a Guerra dos 365 dias

Vidas Marranas -O Yom Kipur e a Guerra dos 365 dias.

Um texto simplesmente esplendoroso. Recebi e postei na integra . Não há nada a acrescentar.Autocrítica e reflexão necessárias. A chamada “flexibilização” cultural e religiosa, que avança em passos largos sobre as comunidades judaicas, é hoje o nosso novo Golias a ser enfrentado. Alvos sensíveis desta guerra subterrânea e subliminar, que se estende por todos os 365 dias do ano, os judeus da Diáspora labutam em meio a uma batalha crucial que implica em atenção e resistência redobradas, no sentido de preservar a sua imensa e preciosa herança milenar .

por Sheila Sacks:
“Naquele ano de 1967, três meses antes das celebrações do Rosh Hashaná e Yom Kipur, os judeus de todo o mundo foram brindados com uma série de imagens que varou o planeta como um luminoso cometa, provocando uma explosão de emoções poucas vezes sentida com tamanha intensidade. A impressionante foto do rabino Slomo Goren, capitão das forças armadas israelenses, abraçado aos rolos da Torah e ecoando o som do shofar aos quatro cantos do planeta, anunciando a libertação de Jerusalém - a partir daquele instante uma cidade aberta a todos os credos e raças -, assumia ares de profecia, tornando-se um divisor de águas entre o velho e os novos tempos que assomavam porta adentro como emissários há muito aguardados.

Igualmente a visão de soldados israelenses rezando ao pé do muro sagrado, no coração de Jerusalém, mexeu com os brios de uma geração de jovens, talvez em dúvida quanto aos caminhos a seguir. Revelou-se também como uma preciosa dádiva para aqueles veteranos que vinham lutando, por décadas, pelo direito de pisar o solo milenar da cidade santa. E converteu-se, certamente, em um sinal celestial incontestável para milhões de judeus que sobreviveram à perseguição e à matança da era nazista, símbolo raro de que, afinal, o sofrimento, os reveses e as incontáveis almas sacrificadas na pira da intolerância estavam sendo redimidos naquele momento histórico.
Passados 41 anos, nunca é demais rememorar a “Guerra dos Seis Dias”, que permanece como uma lembrança forte e inspiradora, merecedora de inúmeras resenhas, considerações e análises apuradas. Se por um lado, a luta e a perseverança de um povo acossado que não se acovardou diante das forças majoritárias que o ameaçavam, repetindo o exemplo bíblico de David e Golias, revigoram nossos sentimentos de auto-estima, por outro provocam uma saudade doída de um instante único de fé e coragem, eternizado em tantos corações. Isso porque à profética mensagem de consolidação da nação judaica registrada ao término dos seis dias de guerra, foram incorporados, na Diáspora, novos discursos, hábitos, conceitos, significados e interpretações que, ao longo do tempo, criaram uma esquisita miscelânea, difícil de ser contabilizada como ganho à identidade cultural de um povo.

O massacre diário de informações volúveis, a difusão incontrolável de modismos, a ditadura do consumismo e a imposição de uma indústria tecnológica de circulação de mensagens e desejos artificiais são tentáculos de uma rede malévola que preenche e ocupa as poucas e qualitativas brechas de tempo que dispõem o ser humano ativo, contribuindo para minar os alicerces básicos das minorias e diluir, paulatinamente, as suas identidades originais.

Incansáveis, as comunidades judaicas se empenham para não serem encobertas pelas ondas desse mar de mesmice que as espertas ditaduras de costumes têm imposto às sociedades modernas. Enquanto para as gerações mais antigas, remanescentes da imigração e cerceadas pelas grades culturais do passado, é mais fácil preservar os rituais, os símbolos e o calendário de eventos, para os seus filhos e netos a situação se mostra mais desconfortável e, muitos desistem, às vezes inconscientemente, de remar contra a maré de um mundo fermentado por idéias monolíticas e preconceituosas que roem e esgarçam as nem sempre sólidas convicções religiosas da juventude.

Hoje, grande parte dos líderes comunitários, de poderosos empresários, de ativistas dedicados e de senhoras voluntárias que investem seu tempo e seu entusiasmo em prol das causas judaicas, convive com um paradoxo pessoal em função do alto grau de assimilação presente no seio de suas próprias famílias. É cada vez mais difícil afinar o discurso público da preservação dos valores judaicos com a realidade que enfrentam no âmbito familiar. Respirar em casa um ambiente 100% judaico, estudar em escola judaica ou participar de movimentos sionistas não são mais os indutores capazes de conduzir os jovens a uma via de fidelização às suas raízes ancestrais. O “canto das sereias” das mensagens cativantes e sedutoras que propagam as vantagens de uma vivência integrada e harmoniosa com a comunidade maior, a qual cada judeu da Diáspora está ligado pelos fortes laços da nacionalidade, tem sido interpretado de uma forma literal, ao pé da letra, seja por conveniência, preguiça ou uma decisão particular. Daí que a tênue linha que demarca o que é uma convivência integrada e o que se constitui em uma entrega adesista precisa ser acentuada antes que a mesma seja irremediavelmente varrida do mapa.

Outro fator condicionante favorável ao ambiente de similitude observado nos jovens – tanto no que se refere ao modismo de bens de consumo, ao comportamento social e as expectativas de vida – é a tal busca da felicidade, muitas vezes mal compreendida ou confundida com o prazer imediato. Nas décadas de 1980 e 90, a conversão religiosa de um dos pares do casal era a rotina convencional necessária para a aceitação pela família de um casamento precedido, na maioria das vezes, de terríveis dúvidas e de um mal-estar generalizado de ambas as partes. Diante da argumentação emocional de um filho sobre a importância do amor e da felicidade a dois, os pais sucumbiam, mesmo a contragosto, sofrendo calados ou reclamando até o final de suas vidas. Muitos procuravam ficar de bem com a sua consciência, matriculando os netos em escolas judaicas na esperança de que o processo inicial de assimilação revertesse milagrosamente. Hoje a situação se enveredou por outra vertente mais perigosa. Agora são os pais que justificam as escolhas dos filhos fora do judaísmo, bradando que a felicidade da garotada está em primeiro lugar. O sentir-se feliz virou uma espécie de passaporte especial que garante imunidade ao seu portador, oferecendo uma travessia aparentemente sem problemas ou cobranças pelas fronteiras da assimilação.

Também a arte, em todas as suas variantes, transformou-se em uma das mais poderosas redes de pescaria que arrasta os jovens para fora de seu habitat ancestral. Aqui no Brasil, a grande maioria dos atores, atrizes, diretores e apresentadores de TV, compositores, músicos, escritores, intelectuais, pintores e demais artistas de sucesso, com ascendência judaica, já estão casados ou vivem com pessoas de outro credo religioso. Seus descendentes diretos não mantêm o menor resquício de religiosidade judaica, fato absorvido como um detalhe folclórico de sua árvore genealógica. Curiosamente, cabe a mídia judaica a iniciativa de lembrar o (perdido) elo judaico desses cidadãos, festejados pelo sucesso de suas empreitadas. Por sua vez, magnatas judeus que contribuem generosamente para a sustentação de sinagogas e escolas ortodoxas amargam, na vida familiar, deserções inexplicáveis de entes queridos, passageiros privilegiados da sociedade transnacional dos ricos e milionários, onde as tentações e as transgressões acabam se diluindo na benemerência que alivia os corações

Apesar desse quadro inquietante, anualmente, nas celebrações de Rosh Hashaná e Yom Kipur, as sinagogas brasileiras ainda ficam lotadas de fiéis. Na Administração Pública, pelo menos no Estado do Rio de Janeiro, existem leis municipais e estaduais que liberam o funcionário público de trabalhar nestes dias. Uma das leis que abrange a cidade do Rio foi elaborada pelo então vereador Ronaldo Gomlevsky e sancionada pelo prefeito à época, Marcello Alencar (lei nº 1410 de 21 de junho de 1989). Já no âmbito estadual, a lei foi aprovada em 19 de dezembro de 1997 (lei nº 2874). Entretanto, o que se observa é que muitos judeus que trabalham no Serviço Público preferem não expor esse lado, muitas vezes resguardado, de suas identidades, comparecendo normalmente nas repartições. É fato comprovado que quando as festas recebem uma ajudazinha do calendário e são celebradas no fim de semana, a ida às sinagogas é maior.

Foi o que aconteceu em 2007, mas não se repetirá neste ano de 2008 (5769). Neste período de 25 horas, o mundo com seus absurdos e inconveniências ficará para trás. Os judeus de todo o mundo, irmanados em suas orações, não darão ouvidos aos reclamos do corpo acostumado ao prazer da alimentação diária. Enlaçados pelo poderoso abraço espiritual de nossos profetas, estes autênticos heróis de nossa história, estaremos travando uma guerra silenciosa com os nossos sentidos mais primitivos, como a gula, a paixão, a dissimulação, a inveja, a raiva e a ambição. Enfim, com todas as transgressões cometidas, conscientemente ou não, ao longo do ano. Por certo a aspiração e a vontade decisivas de domar esses inimigos do caminho da retidão, não serão tarefas a serem cumpridas em único dia dedicado ao perdão.

O trabalho mais difícil e árduo irá se desenrolar ao longo dos 365 dias, no campo de batalha onde acontecem os embates das idéias, das provocações e da geração das falsas expectativas. Ou seja, na rotina diária de cada um. Responder com coragem, audácia e inteligência, através de atos coordenados, decisões acertadas e, principalmente, de exemplos pessoais é talvez exigir demais de um grupo minoritário, do qual espera-se, até nas piores situações, momentos de grandeza e superação. Mas o passado é a nossa verdade e nele aprendemos que as grandes conquistas coletivas do povo judeu nasceram da fé inabalável de vontades individuais que assumiram um papel decisivo na hora precisa. Que continue assim!

Carta Aberta ...

Fim de ano vai chegando. E as ruas o burburinho das compras. O vai e vem, ilusoes, promessas para mais um ano .E no cotidiano as pessoas ludibriam-se em promessas de um novo mundo constante.O mercado a tudo reina e conquista, vende e pilha perante a massa famelica

Aqui resta me agradecer por uma serie de coisas,e não lamentar por outras tantas.Isto por que a mim o ano não terminou, começou, a muito,bem a epoca das eleições, para abrir uma serie de reflexoes quanto a sociedade e nossos atos consuetudinarios. Vou entao agradecer aos muitos que votaram na Esquerda. Embora tenhamos nossas inúmeras divergências, não caberia aqui discuti-las, tal como os muitos de nossos companheiros de siglas recém criadas que simplesmente preferiram atacar ao PT e fazer o jogo da Direita à ajudar os que fazem a boa luta internamente e nas ruas. Não cabe também aqui uma egolatria a apenas meu partido ,o PT,mas ,de maneira geral agradecer aos votos na Esquerda , legendas as quais o ideal é o da via socialista.

Vivemos em um mundo no qual pouco discute-se e ,sim, deseja-se muito mais impressionar do que a simplesmente dialogar e mostrar a verdadeira essência ,tem-se de agradecer aos que acreditaram e nisto apoiaram um projeto coletivo e de construção de uma sociedade que não seja regida pela lógica do mercado. E sim ,lutaram e lutam por uma outra sociedade , a que pense o humano, como humano que é em sua multiplicidade e em suas potencialidades . Uma recusa ao artificialismo tão pujante no mundo moderno.Uma recusa ao que vivemos nesta sociedade sectarista e falsa- discriminatoriamente globalizante .Que prioriza o TER ao INDIVIDUO .E que inventa crises,possibilita avalanches através da especulação.Que mercatiliza o proprio ser humano junto a hipocrisia, indiferença e a velha tatica do 'cada qual em seu lugar devido'

Vivemos um mundo em que a aparência, o que causa a primeira impressão é o que fica. As vezes algo exótico nos marca mais que aquilo que,aparentemente simplório, deixamos de perceber por que se trata de ‘apenas’ um ‘mero ‘ detalhe. Assim boa parte das pessoas se guiam, se furtam .No dia- dia, nas relações pessoais e também na política. Vivemos um mundo de posições hierarquicamente definidas ou que assim se desejam definir seja no meio acadêmico, no espaço da opinião publica,do ciclo social, enfim , a sui generis.E estabelecem –se então regras, estereótipos e os lugares e não lugares de cada sujeito. O que um 'deve ou pode ser ou não ser'

Vivemos um mundo em no qual DIREITOS e DEVERES existem mas não são cumpridos ou são omitidos de grande parte da população.Não devemos nos acalentar com isto. A luta prossegue. E não apenas em época de campanha eleitoral. Tantos de nós que já escutou alguém dizer-se desanimado da política.Mas qual outra forma de luta se respeitando a Democracia ou lutando por um ideal de democracia?Participando, redefinindo nossas buscas!

Verdade que em muito a política anda desacreditada se até valores humanos passam a ser mercadizados e usados como marketing empresarial. Existem muitas verdades e a sensação de marasmo, continuísmo nos desanima.E verdade também que o Partido dos Trabalhadores em seu quadro também tem sementes discutíveis. Mas ainda somos o Partido da Mobilização. Este é o maior partido de Esquerda da América Latina.O único partido no qual há uma democracia interna e respeito e luta por representatividade entre os iguais, seja este um profissional liberal ou um cidadão com um simples emprego.Partido no qual ainda podemos nos reunir para contestar nossas lideranças. Ainda somos o Partido da União do Intelectual e do Operariado. Devemos assim, pensar na boa seara.Nos bons frutos que podemos criar com nossa ação ao invés de pularmos fora e ficar apenas com criticas moralistas que pouco somam.


Voltemos ao dia-dia: Não iremos mudar o mundo. Mas vamos permitir que o mundo nos mude? Fácil é abandonar o barco e idealizar uma ilha. Poderemos optar assim e eternamente nadar para morrer e distantes da praia.Vamos fazer como na parábola da formiga. No verão ou no inverno vamos juntos, por que assim somos fortes. "Tudo é política, mas a política não é tudo", já dizia o conhecido intelectual italiano Norberto Bobbio. Ou seja,nisto tudo há um componente cultural, civil, familiar e comunitário.

Temos espaços para ocupar. E seja na Associação de Moradores perto de nossas casas, no sindicato de seu grupo de oficio ou Cooperativa ,nalgum Movimento Social Comunitário e ,ora, nos tantos espaços inimagináveis para se travar a boa luta. Pensem como anda o sistema de Transporte, de Habitação popular e educação nesta cidade e em nosso estado .Vamos discutir, vamos AGIR. Uma simples manifestação de opinião repercute e muito, o que não podemos fazer é nos omitir ! Eleições estão distantes .Escolhas já foram feitas. Cabe repensa-las.Questioná-las.Opormos-nos se preciso! Não é o barulho dos maus que incomoda, e sim, o silencio dos bons que é um desperdício. Vamos todos ,pelo bem comum,por uma sociedade ,não meramente utópica, mas possível de ser mais justa e fraterna.E minha dita mesmo aos que também pela distancia ou outras impossibilidades não divulguei esta marcha.Mas agora o preâmbulo.Vamos a luta .Vamos repensar nossas escolhas,a começar também pela politica.

9 dic 2008

Sou o Teu D´us em Nilópolis.

Vidas Marranas- compósito de idéias e secreções lirico-socialistas,suburbano-kafkianas e historico-judaicas.
http://vidasmarranas.blogspot.com/
Inaugurando a série: Judeus dos Subúrbios

B"H
(os trechos em negrito inseridos por intrusão minha,não alteram o teor do texto)
’Sou O Teu D´us ... em Nilópolis ...


Anos e anos desprotegida pelas telhas e vidros que se foram. A pequena sinagoga teima em não se deixar cair, não desaparecer. As paredes resistem o quanto podem, mas até quando? A um canto, como por milagre uma peça parece ter acabado de sair das mãos de hábil artesão. O florão de madeira que um dia encimou a Arca Sagrada jaz sobre uma mesa.

... Sou O Teu D´us ... Não Jurarás em Nome de D´us em vão ... ... Honrarás Teu Pai e Tua Mãe ... Não prestarás falso testemunho ...

Presentes em todas as madeiras. Sejam tacos, os últimos moveis que ainda não se foram, o teto, nem mesmo os vorazes cupins se atreveram a desafiar as sagradas inscrições da magnífica peça .Abandonada sobre a mesa ainda santifica o ambiente, com dois Leões de Judá altaneiros sustentando os 10 Mandamentos, um de cada lado, lembrando que outrora em volta daquele templo gravitou uma pujante comunidade judaica, no então 2o. Distrito de Nova Iguaçu, depois nomeado em homenagem ao Presidente Nilo Peçanha e hoje sede da campeã Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis.

Era em tudo similar a tantas pequenas aldeias da Europa Judaica que não existe mais, e que o genial escritor Sholem Aleichem com o nome de Anatevka criou e o cinema aproveitou, consagrando sua obra sob o titulo Um Violinista no Telhado. Até um cemitério havia e existe até hoje. Da suave encosta pode se avistar a vastidão da Baixada sem que o casario baixo obstrua a visão das imponentes montanhas distantes na Serra do Mendanha; até onde a vista alcança o olhar se encanta com o verde das matas, intocadas graças à proteção do Exercito que por ali realizava seus exercícios no Campo de Instrução de Gericinó.

Hoje a mancha urbana se aproximou perigosamente dos limites de segurança, e o silencio do cemitério nunca mais foi quebrado pelos disparos da Poderosa Artilharia, a Ultima Ratio Regis, estremecendo os ares. Caminhando pelas largas aléias pode-se observar sobrenomes hoje famosos inscritos nas lápides. Os mesmos nomes que das novas gerações agora adornam placas de consultórios chiques, obras suntuosas na Zona Sul, livros premiados, manchetes, créditos de peças teatrais, programas de TV, tantos artistas, intelectuais, altos funcionários, militares, diretores, presidentes.

Nos tempos duros, quando nossos pais e avós tiveram que escapar das perseguições no outro lado do mundo, eram nomes desconhecidos, de difícil pronúncia. Tratados popular e amistosamente como os gringos da prestação, ou já em pequenas e mais tarde grandes lojas de móveis e de roupas, no inicio batalharam de sol a sol pelas ruas de terra batida, fazendo mais do que jus a determinação divina:

... Ganharás o teu pão com o suor do próprio rosto ...

Vários autores já contaram em detalhes esta rica historia, mas nunca é demais relembrar ... quase inacreditável !!!! quem imaginaria o futuro dos filhos e netos daquela gente ???? chegavam com tostões no bolso, mas com o coração cheio de esperança por aportar nesta Terra Abençoada... custa a crer que os descendentes daqueles desbravadores tenham esquecido da pequena sinagoga.

Até meados da década de 70 o velho e piedoso Icek Rubinsztajn, Z"L (15 ago 1889 ? 26 jan 1974) cuidou da sinagoga; já eram poucos os fiéis. Mas o destino lhe foi cruel, e na perigosa travessia que medeia entre a Casa da Borracha na esquina da Uruguaiana e o outro lado da Presidente Vargas, o Anjo da Morte o esperava.

Não houve tempo para nada, um ônibus enlouquecido como tantos que até hoje infernizam o nosso transito, e aos seus próprios condutores, acabou com a vida daquele Velho Soldado, como gostava de ser lembrado. A família em Ostrowiec não tinha posses, assim o jovem Icek não conseguiu escapar do recrutamento obrigatório, especialmente duro para os judeus.

Sentou praça na Cavalaria, e vestindo a farda azul do Exercito Polonês cavalgava nas cargas ligeiras, sob a Cruz de Santo Estevão tremulando nos estandartes vermelho-e-branco nas pontas das lanças. Como tantos, não teve reconhecimento, mesmo quando a Polônia sofrida em 1917 finalmente obteve a tão sonhada independência da Rússia. A Casa da Borracha de há muito se foi. Hoje, um prédio de blindex marrom de gosto duvidoso pontifica sobre a esquina, onde o Mac Donalds aproveitou para estender seus tentáculos, oferecendo alimentação gordurosa em lugar do nosso nutritivo feijão com arroz.

Icek repousa eternamente ao lado de sua Sara, Z"L ( 12 jul 1904 ? 11 dez 1978) no mesmo cemitério de Nilópolis. Nunca mais se provaram iguarias e doces tão saborosos como as que Da. Sara preparava. Nunca mais o yoech (caldo de galinha), o tshulent (feijão) cujo cozimento ela acompanhava horas a fio, ate se transformar em suculenta pasta macia.
Nunca mais ...

A vastidão do campo santo fez com que fosse redescoberto pela Sociedade Comunal Israelita. Novamente começa a ser utilizado. O Caju está em vias de saturação. Poucas lapides, talvez não mais que 200, 300. As mais antigas datam das primeiras décadas do séc. XX. Com o fim da comunidade, algumas estão se perdendo, engolidas pela terra e pelo mato. Há casos em que já não se sabe quem jaz aonde, e os registros não são completos. Apenas um casal cuida do campo santo. Dois cachorros fazem a segurança numa área problemática. Alguns poucos ativistas abnegados e abençoados, desdobrando-se, fazem o que podem para manter o cemitério, obedecendo estritamente ao ritual judaico.

O impacto do ônibus fora fatal. Já em seus últimos momentos, em estado de coma aguardando a ambulância que o levaria ao Hospital Souza Aguiar ali perto, Icek sonhava recordando de olhos abertos e esbugalhados, mas sem nada mais enxergar, seus 5 filhos, 5 jóias, Leib (Luiz), Ida, Jaime, Esther e Eva, 16 netos, 5 bisnetos.

Lembrava o casamento da netinha predileta Marlene, quando na festa do Monte Sinai encontrara um Landsman (conterrâneo) vindo da América. Num terno elegante, em yiddish o saudara: Sis guit tzu zeien An Alte Soldat (é bom rever um Velho Soldado). Era um conhecido da terra natal, Ostrowiec .Talvez ainda tivesse encontrado forças para, já num fio de voz, murmurar o mesmo Shema Israel (Oração Ouve Ó Israel) que seus amados pais, irmãos, tios e sobrinhos tambem pronunciaram ao perecer no Holocausto (pelo Santificado Nome), apenas por serem judeus.

“E amarás ,pois ao Senhor o teu D´us de todo o teu coração , de toda a tua alma e com todas as tuas forças.
E estas palavras atarás no teu coração; e as ensinarás a teu filho, e ao filho de teu filho.
E delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho,
e as falarás ao deitar-te e ao levantar-te.
Pois ouve ò Yisrael, o Senhor é o vosso D´us.O Senhor o vosso D´us é um só.”


Icek se foi tão despojado como quando nascera. Ostrowiec era uma cidade judaica. Tudo fechava no Yom Kippur (Dia do Perdão) e feriados religiosos judaicos.

Em princípios do século XX, a população judaica era quase 90%. Muitos conseguiram partir, salvando-se. Buscando um mundo melhor, Icek labutou como alfaiate, tirando o sustento do geométrico rigorismo cartesiano dos esquadros, e no final deixou para os seus apenas o DPVAT, seguro obrigatório de RC que as empresas de ônibus são obrigadas a fazer, para indenizar possíveis vitimas... uns poucos cruzeiros da época ...

No cemitério, a sua Sara se desesperou, queria ir junto também, e pouco tempo depois o Todo Poderoso lhe fez a sua vontade, como soe acontecer em tantos casos assim. Hoje repousam lado a lado. São os dois túmulos mais bem cuidados do cemitério, ainda que não mais o Tio Jayme, pela dificuldade de locomoção, e Rosinha dos Bolos há alguns anos tenham deixado de comparecer, intrigando o encarregado, Sr Edson e sua esposa Teresinha.Mesmo assim, os retratinhos continuam em posição, e alguém colocou uma pedrinha branca em cada lápide. O terreno íngreme não permite a aproximação pela frente dos túmulos, apenas tem-se acesso pela aléia por trás. A sinagoga perdera seu guardião.

Ali começava a decadência. Icek não portava documentos, não havia celulares, nem Internet. Os telefones funcionavam precariamente. Sem que a família soubesse, o corpo ainda ficou por 2 dias no IML, ate que perdidas as esperanças de localizá-lo em algum hospital, teve que se tomar a dolorosa decisão de ir ao tenebroso prédio da Rua Gomes Freire, nada mais havendo a fazer.

Hoje, nos fundos mora Ronaldo. Conhece algumas palavras em yiddish e hebraico. Às vezes vem alguém. Até de São Paulo duas senhoras vieram especialmente para rever a sinagoga. Os vizinhos sorriem com saudade ao relembrar as gratas recordações. Perguntam-se quando será reaberta a sinagoga ...

Outra vez apareceu um velhinho. Não bateu palmas, quem teria lhe aberto o portão? Já estava escuro, chovia um pouco. De repente estava ali, no pátio. Humilde, vestia terno preto, gasto. Parecia ter a idade do tempo. Nada falava. Ficou penalizado olhando, enquanto Ronaldo fazia alguma coisa nos fundos. A chuva apertava na noite de Nilópolis. Quando voltou, não viu mais o homem. Havia sumido tão de repente como quando chegara. Uma forte ventania se seguiu, obrigando Ronaldo a se abrigar. Parecia que a natureza protestava contra o descaso. As janelas batiam, o vento zunindo despejava água aos cântaros, a tempestade era assustadora.

Mas não faltam judeus necessitados, ao contrario do que propala a mídia perversa. Houve os falashas ,os b’nei Israel,há os da Rússia e aqueles que se encontram pelos subúrbios do mundo.

Outro judeu piedoso, que costumava auxiliar nos ritos religiosos ocupou o lugar de Icek, com seu velho pai.
Entretanto, corria no sub-mundo criminoso que aqueles judeus, que viviam em um quartinho no fundo da sinagoga, teriam muito dinheiro.

Sim, ostentavam nos braços a tatuagem numérica indelével com que os nazistas marcavam suas vítimas, no campo de concentração de Majdanek. Teriam trazido riquezas da guerra. Recebiam dinheiro da Alemanha. Outras invencionices circulavam entre os malfeitores locais, ate que um dia o filho foi atacado de surpresa, e o pai ao tentar defendê-lo também sucumbiu. O que os nazistas não conseguiram, aconteceu em Nilópolis. Das riquezas, nada se achou. O criminoso foi encarcerado no Manicômio Judiciário. Se lá permaneceu, não se sabe. Os advogados tudo conseguem do nosso emaranhado de leis.

... Não matarás ... Não roubarás ... Não cobiçarás a mulher e os bens de teu próximo ...

A pequena Sinagoga, que tanta alegria testemunhou em incontáveis festas de bar-mitzvah (maioridade religiosa - 13 anos) e casamentos, também presenciava o lado negro da vida. Corriam os anos da década de 80. Ninguém mais se habilitou ao posto de guardião da sinagoga. Quase todos haviam partido. Apenas ficaram para trás os muito necessitados, que não conseguiram ascender para um status melhor na Zona Sul, Tijuca, nem sequer Méier. Ficaram mesmo em Nilópolis, a maioria já velhos e alquebrados.

E verdade que alguns comerciantes permaneceram, mas os tempos eram outros. Já não se ouvia o yiddish nas ruas, nas lojas. Não mais as reuniões das manhãs de domingo na pracinha da estação. Os terrenos em volta da sinagoga foram sendo ocupados, invadidos, apenas por milagre ela continua de pé. Os rolos sagrados foram removidos, nada mais resta a não ser as paredes. O salão de festas foi invadido pelo mato, não existe telhado.

A graça divina fez com que um pequeno numero de abnegados se congregasse em torno da Sociedade Tifereth Israel (Glória de Israel), cujos poucos membros ainda zelam e sonham com o dia em que o antigo esplendor renasça das ruínas em que se transformou a pequena Sinagoga. O fenômeno ocorreu em todo o mundo. De Toronto a São Paulo, de Buenos Aires a Nilópolis, Nova Iorque, Santiago, Chicago, Paris. Os antigos bairros judeus tem agora novos inquilinos. As sinagogas viraram igrejas, prédios públicos, museus, centros culturais, ou simplesmente desapareceram. Graças à posição em que se encontra, oculta da rua com a qual se liga apenas por uma estreita servidão, o prédio de Nilópolis não despertou nenhum interesse, nem de seitas religiosas, nada. O mesmo não ocorreu com o Centro, Sinagoga e Escola Israelita Brasileira I. L. Peretz. Em valioso terreno diante da estação de Madureira, desapareceu.

Hoje pouco resta em meio a fuligem do intenso trecho comercial próximo a barulho do trem, camelôs e mendigos que ali se escondem da ações da Guarda Municipal.Quem passa pela rua mal se da conta de que ali, encoberto por um lava-jato e uma loja de tintas, outrora existiu um templo religioso impregnado de tantas historias. Somente se prestar atenção, notara no portão de ferro batido que guarnece a entrada, uma estrela de David.

Atravessando a servidão, chega-se ao pequeno prédio da sinagoga. Não é maior que um apartamento médio. Seu anexo, onde ficava o salão de festas, tem talvez o dobro do tamanho. No centro ainda se ergue a Bimah (um púlpito onde se realiza a leitura da Torah). Alguns moveis em volta já tão estragados que nem os ladrões se interessaram, após vasculhar as portas e gavetas.

Os rolos sagrados já de há muito foram enterrados, e um se salvou, encontra-se na Sinagoga do Colégio Barilan em Copacabana. Nas paredes, algumas placas, títulos e belos afrescos representando os signos do Zodíaco ainda exibem cores vivas apesar de tudo. Nos rebuscados caracteres do alfabeto hebraico, as paredes de Nilópolis ainda prestam a derradeira homenagem aos Heróicos Combatentes do Gueto de Varsóvia.

O salão de festas do Anexo por estar totalmente destelhado propiciou a que um denso matagal florescesse. Para adentrá-lo, seria necessário uma capina. Já a sinagoga propriamente dita mantém-se protegida precariamente pelo telhado já não mais imune às chuvas. Mas em que pese a destruição implacável do tempo que não perdoa, o lugar ainda ostenta uma aura de santidade; embora em ruínas, a sinagoga não perdeu a majestade. A distancia da via publica garante o silencio milenar dos monumentos, e propiciaria ali a instalação de um templo do saber para a comunidade nilopolitana.

O observador imediatamente ao adentrar o pequeno pátio, onde antigamente as crianças corriam durante as orações, sente como que a presença de uma força, uma entidade maior ... Um lugar sagrado ... O poder de anos e anos de ardentes orações ... O momento em que o Cohen (da casta sacerdotal), com a cabeça coberta pelo talit (manto religioso) erguia as mãos na milenar Birkat Cohanim (Benção Sacerdotal do Templo de Salomão), quando todos de pé e contritos evitam olhar, pois ali paira uma luz divina.

Dizem que o Profeta Eliahu (Elias) as vezes abandona o Jardim do Éden e desce a este Vale de Lágrimas, testando a solidariedade humana ora como um pedinte ora como um velhinho de terno que de repente aparece, para logo em seguida sumir em meio a uma ventania .Naquela noite chuvosa, os cachorros de Ronaldo não sossegaram.
Latiam muito na direção da sinagoga, como se alguém ainda estivesse ali ...

O Todo Poderoso às vezes manda alguns sinais ... a sarça ardente em meio do deserto divisada ao longe pelo nosso Grande Patriarca Moshe Rabeinu (Moisés)...

No deserto do Sinai ou em Nilópolis ... ... Não terás outros deuses ... Lembrarás e manterás o Sábado Sagrado ...

E finalmente os filhos de Israel o receberam de volta do Monte Sinai, após 40 dias e 40 noites, trazendo as Tábuas da Lei ...

Atravessando o portão da sinagoga, é impossível deixar de se emocionar com o estado do prédio. Somente a Noite de Cristal e a II Guerra Mundial na Europa conseguiram reduzir uma sinagoga a um estado tão lamentável quanto a de Nilópolis. No alto da montanha de Massada, uma sinagoga ainda pode ser vista pelos turistas. Nilópolis, 2000 anos mais nova, corre o risco de nem ter esta sorte. Falta pouco.

Sabiamente, a Prefeitura reconheceu a importância da sinagoga. Como reza o Dec 2.440 de 19/ago/99, "considerando o que a comunidade judaica representou para evolução e crescimento de nossa cidade", o Prefeito Jose Carlos Cunha determinou seu tombamento pelo Patrimônio Histórico Municipal. A própria rua do cemitério ostenta o nome de um pioneiro: Rua Jaime Berkowitz. Se andarmos depressa, ainda haverá tempo.

Aquela sinagoga poderá se transformar em um centro cultural para as crianças de Nilópolis, onde para sempre ficará registrado como nossos antepassados contribuíram para o progresso do município. O World Monument Fund de New York, através do Jewish Heritage Grant Program inscreveu esta sinagoga entre diversas outras a serem restauradas, nas Rússia, Shangai (China), Tbilisi, Belarus, Cochin (Índia), Catacumbas Judaicas (Roma), Sibéria, Veneza, Marrocos, e tantos outros paises.

Tomando a Linha Vermelha, não mais de ½ hora separa a entrada da Via Light, que dá acesso a Nilópolis, do centro do Rio.
É preciso quem vivenciou aqueles velhos tempos, e seus descendentes venham, e de pé no centro da pequena sinagoga fechem os olhos por alguns momentos. Nestes instantes, do fundo da sua alma, certamente evocarão cânticos distantes, o burburinho de antigos casamentos, o estrondo do copo se quebrando seguido pelas mesmas palavras eternamente repetidas pelo noivo através dos séculos: Im Ishkacher Yerushalaim, Tishkach Yemini...

Im Ishkacher Yerushalaim, Tishkach Yemini...
“Se eu me esquecer de ti ó Jerusalém esqueça–se a minha mão direita da sua destreza.
Apegue-se me a língua ao céu da boca
Se não me lembrar de ti, Se eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria.”


***Este texto que tanto me emocionou e por isto este post, anos atrás foi divulgado em alguns espaços da mídia da comunidade judaica.Por deslize não guardei o nome completo do autor, senão duas referencias: Judeu de nome “Israel Blajberg” e reconhecido benemérito e militar reformado da ESG. Quanto a comunidade nilopolitana ,não obstante, recentemente um documentário sobre a mesma começou a ser rodado.E uma reforma realizada também no cemitério,dada a necessidade por mais vagas.

7 dic 2008

Trigal com Corvos



Grandes extensões de trigo sob os céus atormentados. E não tive que fazer nenhum esforço para exprimir minha tristeza, uma solidão que corre muito, muito profunda.
O vento forte dobra as hastes do trigo. Servos obedientes curvam-se a força maior que a eles se impõe. Enquanto isto a primavera escoa ,em seus ultimos tons coloridos.O outono ,ele vem, e o bando de corvos ,sobrevoam, a espreita em uma já determinada espera.
O Sol tem de nascer
O Sol ele surge, mesmo em algum anoitecer
Ele virá
Vem

Holech adam, holech
Vehu kener doech
Ve'ein shoel ve'ein yodea
Lama ze ve'eich
Etzev be'enav
Va'atzuvim shirav


Karev yomo, zot yodea
Vehu sofer yamav
Kore ve'ein one

Le'Elohim ana yitane
Amok balev yodea


Davar lo ya'azor
Amok balev yodea
Ki ein, ki ein mazor
Bikesh belev nishbar


Beterem hu nigmar
Beterem yissaguer hasha'ar
Veyamo mal'ach achzar
Lishkoach sivlotav


Lashuv lirot panav
El ahavat neurav
El zot asher ahav
Veshuv dimah nigrea

Meayin bochyia
Venefesh homia

Secreções Rádio-digestivo-emocionais

Vidas Marranas- compósito de ideias e secreções lirico-socialistas-,suburbano-kafkianas e historico-judaicas... a apenas umas quatro rotaçoes no vinil por minuto.

I)
Se você não está bem não se deixe abater
Olhe em volta, estamos juntos
Como tudo deve ser

Eles tocam, nós seguimos sem saber onde vamos dar
O que importa é ir pra longe e esquecer este lugar

Mas os heróis têm duas caras ,e é difícil de acreditar
Que a canção está no fim antes mesmo de começar

Sonhar em ter,bem mais poder
Pra te trazer de lá, o lugar onde te perdi
Te levou de mim
Não quero acreditar só me resta sonhar
Não quero admitir a vida assim

Eu era bem feliz mas tudo agora é de outra forma
Você não está aqui e tudo segue outra norma
Por que o mundo é assim?
Queria rever esta história

Mas meu dia vai chegar
E apagar minha memória
Eu era bem feliz

Mas tudo agora é de outra forma
Por que o mundo é assim?

II)

A melodia ecoa e vem contar o que de outro jeito o tempo ia perder
Sobre os mistérios de além mar tantas cidades ela viu nascer
E outras tantas desaparecer
Que nem castelos pelo ar uma cidade é pedra e cal
Não é carne como o homem é
Um homem pode ser um nobre animal
Os muros não tem fé
Perceba o som que lembra o vento assobiar
Por entre as ruínas que agora dão lugar
Ao que sonhou poder se eternizar
Velha canção que só faz repetir
Pra paredes surdas que não vão sentir
Que existem poucas chances pra arriscar

Uma parede é pedra e cal...
Não é carne como o homem é
A babilônia enfrenta o vendaval
Mas se afoga na maré
A melodia insiste pra te convencer
Que uma parede surda também deve ter
Uma janela aberta em algum lugar
A voz de sempre então vai repetir
E alguns muros hoje vão ouvir
Que está na hora de acordar.

III)
Olhe bem pra mim eu não to legal
Tentei de tudo ah, se eu pudesse eu tentaria mudar
Se quiser me acertar
A hora é essa eu não vou revidar
Só que dessa vez voce quer em silencio gritar
Enche o peito e diz que não da mais
“Oh não, Me deixa ser em paz”

Mas quem se importa?Ninguém se importa
Fazem de conta...Querem o seu melhor

Se quiser me acertar
A hora é essa eu não vou revidar
por que quem se importa?
Ninguém se importa
Fazem de conta , sempre querem o seu melhor

IV)
Você é um filme em mim
Que me faz voar e jurar que já te vi

Tanta luz...Muita luz, pra alguém
Que nem queria ficar, mas nem sair.

Queria ser doutor pra te salvar ,se preciso a vida
Mas pro seu tempo eu sou ,apenas horário de visita


Minha doce dor se esconde por trás de um sorriso
Corrompido, fingido

E Busquei em vão identificar os motivos para não querer te guardar
Penso, dispenso explicações, não controlo meu super-ego
Impossível entender minha tristeza
Já desisti não existe porquê
Sou apenas mais um deprê

Bem do lado interior do coração,mora um forte afeto por você
Bem atrás da casa havia uma linda flor
...
Que você nem viu.
Mishná de Pirke Avot 3:2.O Rabino Chanina,séculos antes de Rousseau,dizia:"Reza pela prosperidade daqueles que estão à frente do Estado,pois se não houver temor ao governo,os homens vão devorar uns aos outros".

Vidas Marranas- compósito de ideias e secreções lirico-socialistas,suburbano-kafkianas e historico-judaicas.

6 dic 2008

Relações Brasil-Irã-Israel (parte II)

Mishná de Pirke Avot 3:2.O Rabino Chanina,séculos antes de Rousseau,dizia:"Reza pela prosperidade daqueles que estão à frente do Estado,pois se não houver temor ao governo,os homens vão devorar uns aos outros".

Shavua Tov
http://vidasmarranas.blogspot.com/

“O Brasil nunca venderá seus princípios por negócios. O Brasil foi, é, e sempre será,contra qualquer posicionamento político, de qualquer nação, que questione o Holocausto ou a existência do Estado de Israel”

Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores do Brasil


Não é ser tendencioso, é expressar minha opinião. Muito correu o disse e me disse, e enfim, a algum tempo que parte da comunidade tem questionado o certo vácuo nas relações Brasil - Israel,não obstante, se esquecendo que parcerias se montam através de interesses diplomáticos e recíprocos ,causou certo incomodo , que tomaram dianteira para alfinetar o Governo,quanto a conversações no Extremo Oriente , mas na qual Israel não fora papel principal, senão ,aparentemente,apenas ' mais ' para a diplomacia tupiniquim ao que levou, de modo não menos justo , uma carta da CONIB a senadores e parlamentares para tratar da questão, mais especificamente quanto a relação Brasil- Irã...

Na referida correspondência, a CONIB expõe ao Itamaraty a preocupação da comunidade judaica brasileira com a intensificação das relações diplomáticas do Brasil com o Irã, em razão da incompatibilidade do regime político e democrático vigente em nosso País com aquele presidido por Mahmoud Ahmadinejad que, além de negar o Holocausto, também rejeita a existência do Estado de Israel, Estado soberano e reconhecido pela ONU, de cujos tratados e convenções o Brasil é signatário.

Resta a esperança na capacidade diplomática do Presidente Lula, fiel e fraterno amigo da comunidade judaico-brasileira e admirador do Estado Judeu, no intuito de intervir junto ao governo do Irã, contra as ameaças propaladas por Ahmadinejad


Chegou a hora da esquerda brasileira que tem considerável representatividade política junto a comunidade judaica, cita-se aqui o intelectual Paul Singer, Clara Ant, André Singer (porta voz da presidência da Republica),Jacob Gorender, o ministro da justiça Tarso Genro, o Governador da Bahia Jacques Wagner,o ministro da economia Guido Mantega, dentre outros tantos e mostrar que ,para esbulhar qualquer reação conservadora e de pejo anti Esquerda de que nem toda Esquerda é simplesmente ,por pirraça, partidária de qualquer nacionalismo anti israelense,e sim, também versa por negociações em favor da paz no Oriente Médio.E e preciso recuperar o legado da atuante esquerda judaica que desde a leva de imigrantes anos 30 trouxera ao pais , militancia que ,ora, na ditadura de Vargas, quanto na dos anos 60-70 , em muito foi ativa.E agora, reenvio a esta lista uma audiencia do ministro Celso Amorim, tratando desta questão, Brasil- Irã.

“Audiência Pública com o Ministro Celso Amorim, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da Câmara dos Deputados, em 03/12/2008, às 10:00
(Texto Editado pela NRJ)



Deputado Marcelo Itagiba ao chanceler Celso Amorim:

É um prazer poder dialogar com Vossa Excelência. Como eu não gosto que as coisas fiquem apenas unilateralmente, e eu recentemente, fiz um discurso bastante veemente contra a visita de Vossa Excelência ao Irã, tendo em vista que o presidente daquele país propugna pela extinção do Estado de Israel, bem como nega a ocorrência do Holocausto, e tendo em vista que o Brasil atuou definitivamente em duas frentes para que primeiro a Europa fosse libertada através da Força Expedicionária Brasileira durante a 2ª Guerra Mundial, e portanto vencer o Nazi-Facismo, bem como foi uma das forças propulsoras da partilha da Palestina e do reconhecimento do Estado de Israel causou muito desconforto, não só neste parlamentar mas na comunidade brasileira judaica a visita àquele país.

Ao meu entender me parece importante que Vossa Excelência pudesse explicar essa visita, e acreditou eu, reafirmar que o Brasil, de forma alguma concorda com essa manifestação, porque ela contraria os direitos humanos, contraria o direto de existência dos povos, e me parece que essa não seria uma faceta hoje, pela tradição e pela qualidade dos representantes da diplomacia brasileira, ter como parceiros ou como aliados pessoas que tem esse tipo de pensamento. Como fiz essa crítica, e Vossa Excelência aqui não estava, acho importante ouvir a opinião, não só de Vossa Excelência, mas do país em questão...

Ministro Celso Amorim:

Com relação a questão do Irã, deixe-me começar pela parte fácil: estou de pleno acordo com Vossa Excelência, e repito aqui, tranqüilamente, que condenamos as declarações que foram feitas no passado pelo presidente Ahmadinejad, sobre a questão da eliminação do Estado de Israel.


Nós condenamos as manifestações feitas sobre a não existência do Holocausto; mais do que isso: o Brasil é co-patrocinador da Resolução sobre o Holocausto nas Nações Unidas, embora muitos outros países, independentemente do Irã, não gostem disso. Mas nós somos co-patrocinadores. Então, essa é a nossa posição, é algo fora de cogitação; o Brasil se orgulha de ter uma situação em que a comunidade judaica e a comunidade árabe convivem como brasileiros, com amizade e etc...

O segundo ponto que eu mencionaria, é: se você tem relações com um país não quer dizer que você tem que concordar com tudo o que ele diz. Nós temos interesses de variadas naturezas: inclusive comercial. Nós chegamos a exportar, o que não quer dizer que nós estamos vendendo nossas posições por interesse, e eu tenho muito prazer em repetir em frente a Vossa Excelência, das câmaras de TV e à imprensa: condeno a declaração que foi feita há algum tempo atrás, e espero que ele tenha mudado de idéia com relação à extinção do Estado de Israel e o seminário sobre a não existência do Holocausto. Isso não há a menor dúvida e nós não mudamos em nada a nossa posição. Agora, isso não nos impede de ter relações com os países. Se nós só fossemos ter relações com os países com os quais concordamos em tudo nós iríamos ter muito poucas relações.

Nós sabemos que muitas coisas que o Brasil condenou, de forma veemente, não nos impediram de ter relações com países em questão. Agora, além do interesse comercial, eu diria que o Irã, queira-se ou não, é um ator importante no Oriente Médio. Eu vou lhe dizer francamente, pois não tenho nenhuma informação secreta, o que é decorrência de análise: o próprio Estados Unidos estão conversando com o Irã, sobre a influência do Irã no Iraque, e estão conversando com o Irã sobre a influência do Irã no Afeganistão. Então, conversar com um país não significa que você concorde com ele. O Irã é influente no Oriente Médio. É um ator no Oriente Médio. O Irã é um país de uns 70 milhões de habitantes e faz muitas coisas com as quais não estamos de acordo, ou fala coisas com as quais não estamos de acordo.

A melhor maneira, creio eu, de um país como o Brasil contribuir para a paz não é isolando um país desses. Claro que haverá momentos que ocorram coisas tão dramáticas que você se sinta na obrigação de tomar determinadas atitudes, como nós tomamos na condenação dessas declarações infelizes e desse convite para um seminário infeliz, na nossa opinião. Agora, dito isso, o tema que mais aflige o mundo, hoje, que é o problema da possibilidade de o Irã vir ou não a ter uma arma nuclear, acho que o Brasil pode contribuir para um diálogo nesse sentido, como há outros países, como a Suíça que contribuíram. A Suíça contribuiu para que houvesse um encontro em Genebra, que foi, aliás, a primeira vez desde o episódio daquele seqüestro; da ocupação da Embaixada Americana, que um alto funcionário do governo se encontrou com um alto funcionário iraniano. Acho que tem uns 6 meses, mais ou menos; talvez 5 meses. Então, manter um diálogo com um país não quer dizer que se concorde com ele. Não que você vá tê-lo como aliado. Mas você pode dialogar e é o que estamos fazendo com muitos países.”