5 ago 2009

A questão e luta dos prés vestibulares nos últimos anos:

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Em outubro de 2006, o ex-prefeito Cesar Maia, de maneira triste e lamentável, proibiu que os pré-vestibulares comunitários utilizassem os espaços das Escolas Públicas Municipais para as suas aulas. Esse projeto funcionava há cerca de dez anos nessas escolas e tinha por objetivo criar condições para que os alunos pobres ingressassem na Universidade. Algo bonito e importante até porque, infelizmente, a educação pública, particularmente no Rio de Janeiro, é de péssima qualidade em função da total ausência do Estado em priorizá-la em suas ações governamentais. Professores desvalorizados e mal-remunerados, espaços públicos sucateados e a ausência de um política educacional são marcas, há muito tempo, da política pública carioca nessa área.

Na época da proibição, havia mais de 140 núcleos só na capital carioca e um histórico de aproximadamente 30 mil alunos oriundos desses projetos estudando em Universidades. Depois de diversas reuniões e tentativas de diálogo durante o ano de 2007, o ex-prefeito insistiu nessa absurda atitude alegando “falta de recursos orçamentários para manter as escolas abertas nos finais de semana para essas iniciativas comunitárias”. Porém, o verdadeiro motivo da proibição é que esses projetos voluntários ensinavam, além das matérias básicas do vestibular, tais como física, matemática e português, uma disciplina chamada “Cultura e Cidadania” onde eram trabalhados – através do método de Paulo Freire intitulado Pedagogia do Oprimido – assuntos como noções de cidadania, direito constitucional, voto consciente e organização popular. Evidentemente que esse tipo de formação não interessa aos maus políticos, pois ele forma jovens pensantes e conscientes em nossa sociedade.

No segundo turno das eleições do ano passado, o Senhor atual prefeito Eduardo Paes prometeu reabrir as escolas públicas municipais a esses projetos. Porém, infelizmente, até agora isso não aconteceu apesar de todas as tentativas de diálogo estabelecidas esse ano com o mesmo.

Acreditamos que o futuro seja construído por atitudes concretas no presente, principalmente quando se fala em educação. Nós apelamos, através desse artigo, para a sensibilidade do atual Prefeito, o Sr. Eduardo Paes. Estamos imbuídos do mais republicano espírito de solidariedade social. Não queremos que o atual Prefeito nos faça nenhum favor. Queremos apenas que ele, o Sr. Eduardo Paes, se não puder ajudar, pelo menos, não continue com a política lamentável de criminalização da pobreza feita pelo seu antecessor que, infelizmente, atrapalha, e muito, a construção do futuro que queremos para a nossa cidade. É sempre bom lembrar que só há pré-vestibulares comunitários porque o Estado é incapaz de promover uma Educação Pública de qualidade.

Investir em educação não é favor, mas obrigação de qualquer homem público que tenha o mínimo de responsabilidade na construção de um modelo de sociedade que tenha o bem comum como princípio fundamental.

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